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Os servidores do Tesouro Nacional decidiram em assembleia na quarta-feira (20) entregar cargos comissionados em 20 dias, e retornarem à operação padrão com paralisações pontuais diárias, caso o governo não dê resposta satisfatória à reivindicação de reposição salarial de 24% para que a carreira de Finanças e Controle retorne ao patamar remuneratório de janeiro de 2019, quando tiveram o último reajuste.
A categoria quer uma proposta concreta do governo que garanta correção inflacionária do salário para preservar o poder de compra.
Em nota, o sindicato afirma que “o salário real dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle se encontra no menor patamar dos últimos 13 anos e, ainda, que as perdas acumuladas desde 2009 deve chegar, ao fim deste ano, a 40%”.
Segundo o Unacon Sindical, entidade que representa os servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral, a proposta do governo de dar reajuste de 5% “é insuficiente”.
“Buscamos uma proposta completa de reestruturação de carreira que evite o desalinhamento sinalizado pelo governo”, afirmou o presidente da entidade, Bráulio Cerqueira, referindo-se à intenção explicitada por Bolsonaro em dezembro, de dar reajuste apenas às carreiras policiais.
Além do prazo para uma resposta, os servidores do Tesouro também aprovaram uma nova paralisação no dia 29 de abril, e ainda discutem a possibilidade de uma greve geral a partir de maio.
A decisão da assembleia se deu após reunião do Unacon com o presidente do Banco Central, na segunda-feira (18), quando Roberto Campos Neto disse aos representantes sindicais que o reajuste de 5% para todos os servidores é consenso entre os ministros e Bolsonaro.
A mobilização dos servidores da área de finanças, como os funcionários do Banco Central e do Tesouro, já está afetando as atividades do Ministério da Economia, como atrasos na divulgação de dados da dívida pública, da carga tributária, de execução orçamentária de estados e até do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias).