Os servidores públicos federais iniciaram este dia 18 com paralisações e protestos em frente ao Banco Central, em Brasília, contra a política de congelamento salarial imposta pelo governo.
A mobilização, organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) e pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), contou com a participação de cerca de 500 pessoas. Juntas, as entidades sindicais representam mais de 200 mil servidores.
“Esperamos que o governo abra uma mesa de negociação para receber os nossos pedidos e dar respostas efetivas de quanto poderia essa recomposição pode ser materializada”, afirmou Rudinei Marques, presidente do Fonacate.
O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, destacou que “se não houver negociação com o governo até a segunda quinzena de janeiro, terá paralisação em fevereiro”.
Os servidores vêm, desde o final do ano passado, em uma crescente campanha contra o congelamento de salários e o estrangulamento da Receita Federal, que levou ao movimento inédito de entrega de centenas de cargos de chefia e administração, e que pode chegar à greve geral no próximo mês, caso não haja uma proposta do governo.
As entidades ressaltam que desde o último reajuste as perdas chegam a 27% e, durante todo o seu governo, Bolsonaro rejeitou qualquer negociação com os representantes do funcionalismo.
Leia: ‘Governo implodiu mesa de negociação, indignação dos servidores é geral’, diz presidente do Fonacate
O estopim do movimento se deu em dezembro, quando Bolsonaro chegou a prometer reajuste apenas para as carreiras da segurança pública, mas nem isso garantiu. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu que o governo não se conceda reajuste a nenhuma categoria, a fim de conter a onda de mobilizações que, ao contrário, vem ganhando força nos últimos dias.
Leia mais:
Greve dos auditores da Receita avança e poderá atingir aeroportos, afirma Sindifisco
Profissionais da Educação e Saúde se somam à mobilização por reposição salarial
“O governo prevê reajuste só para a categoria policial, deixando de fora os demais setores. Isso é absurdo porque os servidores estão há quase 5 anos sem reajuste. Existe muita variação salarial entre as diversas categorias e um processo de unificação precisa ser realizado para equilibrar o problema”, declarou o deputado Rogério Correia (PT-MG), coordenador da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público no Congresso Nacional, em apoio à manifestação.
Outra manifestação ocorre às 14h, em frente ao Ministério da Economia.