O número de mortes em decorrência das chuvas no sul do Espírito Santo chegou a 20, segundo o Boletim Extraordinário da Defesa Civil, divulgado na tarde desta terça-feira (26), sendo 18 delas na cidade de Mimoso do Sul, e 2 em Apiacá. O número de desalojados chegou a 20 mil. Número esse que quase triplicou em cerca de 10 horas, já que no boletim divulgado na manhã do mesmo dia, o número era de 7,2 mil.
O total de desabrigados saltou de 408 para 510, já o número de desaparecidos reduziu de sete para três, sendo um em Mimoso do Sul e dois em Apiacá. Mais da metade dos desalojados, um total de 10 mil, são de Mimoso do Sul. Apiacá é o segundo município com maior número de desalojados, que são 4 mil.
Em seguida vem Bom Jesus do Norte (3 mil); Alegre (2,3 mil), que aparece pela primeira vez no boletim; Vargem Alta (341) e Muniz Freire (9). Com 332 pessoas desabrigadas, Apiacá lidera nesse quesito. Depois vem Mimoso do Sul (100), Bom Jesus do Norte (64) e Alegre (14).
A reconstrução dos municípios da região sul atingidos pelas chuvas foi tema de uma reunião entre o governador Renato Casagrande (PSB) e integrantes da bancada federal, na manhã desta terça-feira (26). Também estava presente o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Casagrande entregou o relatório inicial com as demandas de infraestrutura urbana, rural e rodoviária, além de habitação, com custo estimado em R$ 743 milhões.
De acordo com o documento, será necessária a construção de 560 novas unidades habitacionais, além da reparação de quase 1,7 mil residências, com investimento previsto de R$ 275,3 milhões. Além disso, o Governo do Estado prevê a necessidade da recuperação de trechos de rodovias estaduais e pontes, bem como a contenção de deslizamentos em vários pontos. O relatório cita ainda a necessidade da recuperação de pavimento e da sinalização viária. Ao todo, o investimento necessário para este eixo é de R$ 124,3 milhões.
O governador destacou que trata-se do primeiro levantamento feito entre domingo (24) e essa segunda-feira (25), primeiros dias nos quais as equipes do Governo do Estado conseguiram entrar nas regiões afetadas e apontar a necessidade de construção e reforma de casas populares, pois muitas foram danificadas ou levadas pela enxurrada. “Construir moradia popular não é uma tarefa fácil, pois você tem que ter terreno, tem que ter a área, pois não é possível construir no mesmo local em que ficava e acabou sendo destruída”, explica o governador.
No eixo Infraestrutura Urbana, foi indicada a necessidade de obras de pavimentação e recuperação de vias, contenção de encostas, serviços de macrodrenagem e desassoreamento, além da recuperação e reconstrução de pontes, com custo estimado de R$ 250 milhões. Na parte rural dos municípios, o Governo do Estado demanda a manutenção ou reabilitação geral de estradas vicinais, pavimentadas ou não, além de intervenções em pontes rurais, com investimento previsto de R$ 93,7 milhões.
“Estou em contato direto com os prefeitos para buscar uma solução. Conversei com o prefeito de Mimoso do Sul [Peter Costa, Republicanos] e os terrenos disponíveis são todos em áreas íngremes, não sendo possível construir lá. Então não é uma tarefa fácil decidir onde aplicar o recurso para resolver o problema. Por exemplo, Apiacá tem terreno, um ou outro município também, mas a maioria não tem. E quando há o terreno, você tem que montar a infraestrutura, colocar energia, esgoto e calçamento. Também precisaremos da reabilitação em pontes, pavimentação de ruas e rodovias, além da manutenção de estradas vicinais”, informou Casagrande.
O ministro se colocou à disposição para auxiliar os municípios capixabas. “O presidente Lula orientou todos os ministros para que o Governo Federal atue de forma transversal em qualquer ocorrência no País. No Ministério, fazemos o reconhecimento da situação de emergência e calamidade pública. Sei que o Espírito Santo, ao lado de alguns outros estados, está em um nível mais alto de estruturação na resposta a desastres, inclusive, com ações de monitoramento e prevenção. A gente conhece e sabe da capacidade de resposta do Estado”, afirmou.