O pré-candidato a governador de São Paulo, o ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) se tornou alvo de representação no Ministério Público (MP) por alegar um suposto acordo entre o poder público do Estado de São Paulo com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital.
A declaração do bolsonarista ocorreu em entrevista publicada pelo canal Money Report, no YouTube, na sexta-feira (1º), em resposta a um questionamento sobre suas propostas para a segurança pública.
“A segurança pública de São Paulo ruiu”, disse o pré-candidato indicado por Jair Bolsonaro (PL). “Em São Paulo, tem uma coisa interessante que o paulista não percebe: a associação com o crime organizado. São Paulo fez um pacto com o crime organizado de não combatê-lo.”
Na sequência, Freitas disse que o suposto pacto se deu porque “combater o crime organizado dá efeito colateral, e ninguém quer o efeito colateral do combate ao crime”.
Entre os tais efeitos, Freitas citou “morte policial, queima de ônibus, assalto a banco e aumento da percepção de insegurança”. E completou: “O problema é que, quando você não combate o crime organizado, o crime cresce, se infiltra no poder e acaba se tornando força política”.
INVESTIGAÇÃO
Tarcísio também se tornou alvo de dois pedidos de investigação por parte de parlamentares por causa das declarações. Um dos autores é o deputado estadual Delegado Olim (PP-SP).
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) é o outro parlamentar que apresentou ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) representação contra Tarcísio.
“Ele afirmou que a Secretaria de Segurança Pública, as polícias Militar e Civil e o Ministério Público têm um acordo com o crime organizado […] A gente precisa entender se essa é mais uma falácia dele, mais uma fake news, porque ele precisa provar o que ele falou”, afirmou o parlamentar.
As palavras do pré-candidato ao governo estadual irritaram integrantes das cúpulas das polícias paulistas. Na PM, as críticas foram chamadas internamente de “no mínimo infelizes” e houve menções ao fato de Tarcísio ser carioca, e não paulista.
O incômodo na Polícia Civil levou integrantes a citar as ações para indiciar e bloquear os bens de toda a família de Marco Camacho, conhecido como Marcola e considerado principal chefe da facção criminosa PCC.
ILAÇÕES
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública paulista decidiu rebater publicamente as afirmações do candidato bolsonarista.
“As ilações do ex-ministro, além de descabidas e irresponsáveis, revelam o absoluto desconhecimento do tema segurança pública, em especial no que se refere ao estado de São Paulo. Só nos últimos dois anos, mais de R$ 1,2 bilhão em ativos ligados às facções foram recuperados pelas forças de segurança estaduais”, diz trecho da nota, que elenca uma série de ações.
Membros do MP citaram que Lincoln Gakiya, um dos promotores de São Paulo responsáveis pelo combate ao crime organizado, teve sua morte encomendada por integrantes do PCC após apresentar pedido de transferência de líderes do grupo para presídios federais. Isso acabou ocorrendo em fevereiro de 2021, em uma das primeiras ações do governo João Doria (PSDB). Marcola e outros 21 criminosos ligados à facção foram transferidos ao sistema federal.
essa corja que invadiu o governo federal está conseguindo subverter a ordem, rasgando Leis, a Constituição e infligindo medo, e assim o povo acredita realmente que o País está sendo vítima de um inimigo interno, mas na realidade já está´nas mãos de bozogolpistas que querem se perpetuar no poder a qualquer custo.