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William Amorim Santana é técnico da divisão de importação do Ministério da Saúde e acompanhou processo de compra dos imunizantes indianos Covaxin. Ele confirmou que o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, sofreu pressão para agilizar a compra da vacina
A CPI da Covid-19 encerra a semana com oitiva, nesta sexta-feira (9), do depoimento do consultor técnico cedido ao Ministério da Saúde, William Amorim Santana. Amorim é contratado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
Ele foi convocado a depor após ter sido citado por outros depoentes como envolvido nas negociações da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, situação envolta em suspeitas de irregularidades.
Logo no início da fala dele, Amorim afirmou não ter participado do processo de aquisição e importação das tratativas envolvendo a Covaxin. E apontou erros.
“Tampouco estive presente em quaisquer reuniões e encontros com essa temática, tendo sido meu papel nessa questão, estritamente, o recebimento e análise da invoice e, amparado pelas devidas autorizações, solicitar a abertura da licença de importação”, especificou.
A pandemia fecha a semana útil com 531.639 mil mortes de brasileiras e brasileiros por Covid-19.
“PRESSÃO ATÍPICA” CONFIRMADA
Ele é técnico da divisão de importação do ministério, cedido pela Opas, subordinado ao servidor Luis Ricardo Miranda. Miranda disse à CPI ter sofrido “pressão atípica” de superiores por causa do imunizante indiano. Santana confirmou.
“Existe uma hierarquia no ministério. E as cobranças eram dirimidas a ele [Luis Ricardo Miranda]. Ele era bastante cobrado”, apontou o depoente.
Miranda também apontou falhas nos invoices – que é uma espécie de resumo da nota fiscal com dados da importação-exportação –, como a forma de pagamento, a quantidade de doses e o nome da empresa intermediária, a Madison Biotech, com sede em Cingapura.
WILSON WITZEL
A previsão inicial da comissão para esta sexta-feira era enviar alguns senadores ao Rio de Janeiro para ouvirem, em reunião reservada, o ex-governador Wilson Witzel.
Em depoimento à comissão, em 16 de junho, ele disse aos senadores ter “fatos graves” a relatar e garantiu que a corrupção na área da saúde do Estado continuou após o impeachment dele.
Todavia, depois da oitiva da servidora do Ministério da Saúde Regina Célia, o comando da comissão decidiu priorizar esta semana linha de investigação sobre a compra da Covaxin.
M. V.