O governo Michel Temer (MDB) resolveu, no último dia útil do ano, cortar o orçamento do programa Bolsa Atleta para 2019. A divulgação dramática para o esporte nacional saiu oficialmente no Diário Oficial da União. A União decidiu cortar o orçamento do programa praticamente pela metade em relação aos anos anteriores – na comparação com 2014, 2015 e 2016, por exemplo, a queda é de quase 60%.
A medida foi assinada pelo ministro do Esporte, Leandro Cruz. De acordo com o Ministério do Esporte, o investimento no Bolsa Atleta será de R$ 53,6 milhões em 2019, valor muito inferior aos repasses de exercícios passados. Ainda segundo a pasta, serão patrocinados 3.058 atletas, dos quais 2.097 de modalidades olímpicas e 961 de paraolímpicas.
Em 2014 foram 6.667 e em 2016, 7.223. O auge do investimento ocorreu em 2013, com liberação de R$ 183 milhões para o programa.
O corte promovido pelo governo Temer afetará principalmente os atletas mais jovens da categoria “estudantil” e “base”, que recebem R$ 370 mensais. As outras categorias são “nacional” (R$ 925), “internacional” (R$ 1.850), “olímpica/paraolímpica” (R$ 3.100) e “pódio” (R$ 5 mil a 15 mil).
Apesar de sacrificar os jovens, a bolsa se manteve intacta para os atletas da elite do esporte nacional. Competidores das categorias mais ao topo da pirâmide, justamente aqueles que disputam Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos, não terão corte. Estes, porém, em geral têm outras fontes de financiamento e não dependem apenas do subsídio federal.
O Bolsa Atleta foi criado em julho de 2004 e regulamentado em janeiro de 2005. Em 13 anos de existência, distribuiu mais de R$ 1 bilhão a atletas do país.