Processo contra Gabriel Monteiro deverá ser julgado na quinta-feira. Partido de Bolsonaro mantém a candidatura do vereador a deputado federal
O vereador Gabriel Monteiro (PL) é acusado de assédio sexual, sexo com menores de idade, assédio moral e estupro e mesmo assim ainda é candidato a deputado federal pelo perdido de Bolsonaro.
Em denúncia divulgada no “Fantástico” que consta no depoimento que uma das quatro mulheres que acusam o vereador de estupro.
Luísa Caroline Bezerra Batista, que trabalhou por sete meses com Gabriel Monteiro, declarou em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que uma menor de idade filmada em ato sexual com o parlamentar era recebida na casa dele ao som da “Galinha Pintadinha”, personagem musical infantil.
No Fantástico, uma testemunha ainda denunciou: “Ele falava diretamente que ele não gostava de maiores de 18 anos”.
Em março veio a público a denúncia de funcionários e ex-funcionários do gabinete de Monteiro o acusando de assédio sexual e moral, depois, em abril, um vídeo divulgado em aplicativos de mensagem mostrando o vereador tendo relações sexuais com uma adolescente.
Até então, Nenhuma das mulheres que acusam Gabriel Monteiro de estupro havia registrado boletim de ocorrência.
Com o andamento das investigações, uma das vítimas se sentiu segura e procurou a polícia.
No depoimento, obtido pelo Fantástico, a vítima conta que os dois entraram no carro no vereador e que começaram a se beijar. Poucos minutos depois, o político passou a apresentar um comportamento agressivo. Que após o início do ato sexual, até então consentido, o vereador começou a dar tapas no rosto e socos nas costelas dela. E que ele ignorou o pedido para usar camisinha. A vítima disse que pediu para Gabriel parar, mas que ele pegou uma arma e apontou para a cabeça dela.
Sem o consentimento da vítima, começou a filmá-la e a enviar vídeos por WhatsApp. No dia seguinte, a mulher procurou um hospital. No prontuário da paciente está escrito “hipótese diagnóstica: violência sexual”.
O processo de cassação contra Monteiro foi votado pelo Conselho de Ética da Câmara do Rio que decidiu, por unanimidade (7 votos a 0), aprovar o texto do relator Chico Alencar (PSOL-RJ), que determina a cassação do mandato de Gabriel Monteiro por quebra de decoro parlamentar.
A decisão deverá ser submetida ao plenário para análise e votação nesta quarta-feira (17).
Gabriel não foi expulso do seu partido, o mesmo do presidente Bolsonaro, que tanto fala em resgatar os valores da “família” e em “moral e bons costumes”, e também vive alardeando defender penas severas aos estupradores.
A candidatura a deputado federal de Monteiro foi confirmada pelo PL no fim de julho, quando todas as denúncias já eram conhecidas e ele já era investigado pelo Comitê de Ética da Câmara dos Vereadores.
Pelo que tudo indica, Gabriel deve ser cassado. Mas, mesmo assim, há uma brecha na lei que permite que ele possa ser candidato a deputado federal. Semana passada, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro recebeu um pedido de impugnação da candidatura pelo candidato a deputado estadual André Barros, do Psol.
É o mínimo.
Mas, até o fim de julho, o PL contava com Gabriel Monteiro não só como candidato, mas como um grande impulsionador de votos para Bolsonaro.