“Estamos prontos para começar a qualquer momento”, declarou Gorinchteyn
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse neste sábado (16) que a vacinação contra a Covid-19 começará na segunda-feira (18) se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar amanhã, domingo (17), o uso emergencial da Coronavac, vacina produzida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A declaração foi dada à rádio CBN.
“Se estiver tudo OK, na segunda-feira teremos o nosso programa realmente implementado. É importante lembrar que o fato de São Paulo iniciar eventualmente antes a vacinação não quer dizer uma desobediência do programa nacional de imunização. Muito pelo contrário, eu pessoalmente estive no Ministério [da Saúde] pra gente inserir a vacina no programa nacional de imunização”, disse Gorinchteyn.
A reunião da Anvisa para analisar os pedidos de uso emergencial da CoronaVac e da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford deve começar às 10h e está prevista para acabar às 15h de domingo, segundo o secretário.
As duas fabricantes já entregaram à Anvisa toda a documentação solicitada. Neste sábado, 44,86% dos documentos relativos à Coronavac já haviam sido analisados e 55,14% estavam sendo checados. Da vacina de Oxford/AstraZeneca, as porcentagens eram, respectivamente, 49,45% e 50,55%.
Na sexta-feira, o Ministério da Saúde emitiu um ofício determinando que o Butantan entregue todas as doses da CoronaVac prontas para a pasta. O Instituto paulista afirmou que atenderá a solicitação mas manterá no Estado as doses que deverão ser destinadas a São Paulo.
Em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo”, o secretário disse que espera ainda para este fim de semana um posicionamento do Ministério da Saúde sobre o assunto. “Estamos nos posicionando como sempre fizemos. Não existe nenhum desconforto ou falta de cordialidade entre as partes”, afirmou.
Gorinchteyn explicou ainda que o Butantan sempre retirou a cota das vacinas de São Paulo dos lotes encaminhados ao Ministério da Saúde. “O Butantan não distribui nada, o que existe é uma alocação dessas vacinas para o Ministério. Porém, proporcionalmente, o Instituto retém aquilo que é para São Paulo. Sempre foi assim. Não é novidade”, afirmou o secretário, que pediu “bom senso” nas tratativas.
De acordo com Gorinchteyn, não é “racional” enviar todas as doses da Coronavac para a Saúde. “Eu mando para a União. Ela desloca para outros lugares. Daí volta para São Paulo. Quer dizer, vamos pensar em análises de estratégias logísticas, de custos, e da demora frente à urgência pandêmica que se faz presente”, reafirmou.
Antes do Ministério mandar o ofício ao Butantan, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já havia dito que 4,5 milhões de doses da CoronaVac, que já estão prontas, seriam entregues à pasta. A estimativa do governo paulista é que 1,5 milhão de doses da vacina fiquem no Estado e que não faria sentido enviar essas doses para o Ministério da Saúde e depois a pasta mandar de volta para São Paulo.