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Ato foi marcado por homenagem a Honestino Guimarães, líder estudantil desaparecido durante a ditadura militar
Aconteceu na noite desta quarta-feira, 12, em Brasília, no Ginásio Nilson Nelson, a abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), sob o tema: “Em defesa da democracia: o enfrentamento ao autoritarismo e ao discurso de ódio no Brasil”. A expectativa é que o congresso receba mais de 10 mil estudantes de todo o país até domingo (16).
“Estamos aqui nesse 59° Congresso da UNE para dizer que nós queremos avanços, que queremos proteger a democracia e que temos muitas propostas para a educação. Finalizamos uma gestão que enfrentou o neofascismo, que defendeu a educação, a gestão que derrotou o Bolsonaro. Agora esse Congresso se dá em um contexto de reconstrução”, afirmou Bruna Brelaz, presidenta da UNE.
“As expectativas são de reafirmar nossas bandeiras de luta pela renovação da lei de cotas, democratização do ensino superior, defesa do meio ambiente, pela universidade como um ponto central para pensar a reconstrução do país”, ressaltou Bruna.
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Na abertura do Congresso, houve um ato em memória de Honestino Guimarães com a presença do ministro da Justiça Flávio Dino e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reafirmando a luta conjunta entre estudantes, sociedade civil e poderes contra o discurso de ódio.
“Eu queria convidar vocês a três tarefas. Só é possível falar em democracia se falar em combate à desigualdade social. A segunda é entender como se dá o enfrentamento contra o poder das BigTechs, que veiculam o extremismo e o ódio. E, para concluir, a terceira tarefa é consolidar a vitória da democracia. A democracia ainda está em risco e temos que prosseguir na mobilização social. Mantenham a união popular contra o fascismo no Brasil”, afirmou o Ministro da Justiça, Flavio Dino, lembrando que esteve presente ao Congresso da UNE em 1987.
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O ministro Barroso lembrou que vem “de um tempo que o presidente foi instituído por um golpe de Estado. Só ditadura fecha Congresso, só ditadura persegue, só ditadura tortura. Nós lutamos pela anistia, pela Constituição 1988 e agora resistimos a um golpe que estava em curso. Estamos criando um futuro novo e enfrentando a desigualdade racial, através da Lei de cotas. Porque essa é a democracia que conquistamos. Derrotamos a censura, derrotamos a tortura, derrotamos o bolsonarismo”, afirmou Barroso.
Durante sua fala, um pequeno grupo dirigiu vaias ao ministro, o que foi repudiado pela diretoria da entidade, em nota. “A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) repudia a atitude antidemocrática de grupos minoritários, que na abertura do 59º Congresso da entidade desrespeitou a fala dos familiares de Honestino Guimarães e do ministro do STF Luís Roberto Barroso”. “A UNE é uma instituição quase centenária, que em toda sua história se propôs a reunir amplos setores sociais em defesa da democracia, da educação e do Brasil. Procuramos neste momento reafirmar esse compromisso, ao receber pela primeira vez desde a redemocratização um ministro do STF em nosso congresso, onde colocamos a nossa defesa pela prisão de todos aqueles que atentaram ao estado democrático recentemente, principalmente, o que foi o principal arquiteto deste ataque, o Bolsonaro”, afirma.
A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, também esteve presente e discursou na abertura. Ela reforçou a necessidade de punição contra quem atenta contra a democracia. “Aqueles que atentaram contra a população brasileira têm que responder pelos crimes que cometeram”. Gleisi destacou que a vitória de Lula nas eleições de 2022 se deu, principalmente, pelo apoio das mulheres e da juventude brasileira. “Vim aqui trazer a saudação em nome do Partido dos Trabalhadores, para esse maravilhoso congresso, em novos ares políticos, mas ainda na certeza de que temos muita luta para reestruturar a democracia”, disse.
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O ato de abertura também contou com as presenças dos deputados federais Alice Portugal (PCdoB-BA), Orlando Silva (PCdoB-SP) e da reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão. O Congresso da UNE é o espaço em que os estudantes fazer as deliberações dos próximos caminhos que a entidade vai tomar pelos próximos dois anos ao eleger uma nova diretoria.
Durante o Congresso da UNE, outras autoridades estão confirmadas, como o presidente Lula, nesta quinta feira, 13, e ao longo das atividades promovidas no evento, ainda participação: Nísia Trindade (Ministra da Saúde), Márcio Macêdo (Ministro da Secretaria Geral do Governo), Luciana Santos (Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação), e os deputados, Jandira Feghali (PCdoB), Túlio Gadêlha (REDE), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP) e Gabriel Magno (PT), entre outros.