O laboratório União Química pediu autorização para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes clínicos da fase 3 da vacina russa Sputnik V.
Os dados obtidos neste processo devem ser entregues, publicados e, então, o laboratório pode entrar com o pedido de registro do imunizante.
A solicitação formal à Anvisa também é assinada pelo Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF), que financia a produção da Sputnik V.
Segundo informações da União Química, a produção da Sputnik V no Brasil terá início em janeiro, por intermédio de transferência de tecnologia, nas unidades da farmacêutica em Brasília e em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A Anvisa informou em nota que, com a entrada do pedido, a agência vai analisar o protocolo de pesquisa em até 72 horas.
“O pedido se refere à realização de pesquisa clínica, que é a pesquisa com seres humanos. A autorização da Anvisa é obrigatória para pesquisas que tenham como foco o futuro registro de uma vacina ou medicamento”, diz a nota da Anvisa.
Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da União Química, afirmou que a farmacêutica está “fazendo todos os esforços industriais, tecnológicos e logísticos para disponibilizar o quanto antes a maior quantidade de doses para o Brasil”. disse, em entrevista para a CNN Brasil.
A Sputnik V é a mesma vacina que começou a ser aplicada na terça-feira (29) na Argentina e em Belarus. A Sputnik V foi a primeira a ser registrada no mundo contra a Covid-19, em agosto.
De acordo com os dados divulgados pela Rússia, há cerca de duas semanas, a eficácia da vacina é de cerca de 91%. A Sputnik V começou a ser aplicada na Rússia no início de dezembro.
Outras quatro vacinas já receberam autorização para testes de fase 3 no Brasil: a vacina de Oxford, a Coronavac da chinesa Sinovac e a da Pfizer.
A mais recente a obter autorização foi a da farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, do grupo Johnson & Johnson, no mês de agosto.