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Futura ministra anuncia que sua pasta passa a ser chamada de Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática
Ministério Lula fechado. Chefes das pastas começam a trabalhar. A futura ministra do Meio Ambiente, deputada eleita Marina Silva (Rede-SP), anunciou pouco depois que foi indicada ministra pelo presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a mudança do nome da pasta, que passa a ser chamada de Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática.
Todos os ministros indicados por Lula ao longo do mês de dezembro, cuja lista foi fechada nesta quinta-feira (29), irão tomar posse formal na próxima segunda-feira (2).
Marina disse que a expectativa dela em relação ao trabalho à frente do Ministério é a de “recomeço baseado no legado de mais de 30 anos de política socioambiental no país.”
E que “cada governo deixou uma parte desse legado. O único governo que só deixou destruição na política ambiental foi o governo Bolsonaro”.
CINCO SECRETARIAS
A futura ministra explicou que a pasta estará organizada internamente em cinco secretarias e que terá entre os objetivos ajudar o Brasil a cumprir a meta de desmatamento zero até 2030.
Segundo a futura ministra, os temas das cinco secretarias serão: 1) combate ao desmatamento, 2) bioeconomia e recursos genéticos, 3) biodiversidade e defesa dos direitos animais, 4) desenvolvimento sustentável, e 5) populações tradicionais.
A ideia é que o trabalho seja desenvolvido em sintonia com outras pastas, como os ministérios da Justiça e da Economia, que também terão estruturas internas dedicadas a acompanhar questões ligadas ao meio ambiente.
Entre as prioridades da futura ministra, estão: a volta do Fundo Amazônia; e o retorno do PPCDAm (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal) em seu desenho original.
A primeira iniciativa foi interrompida por Bolsonaro. E a segunda foi descaracterizada, segundo Marina Silva.
“PÁRIA AMBIENTAL”
“Nós vamos fazer todas as atualizações para enfrentar o desmatamento na Amazônia”, disse Marina durante a entrevista. Ela também afirmou que, nos últimos 4 anos, o Brasil deixou de fechar acordos por ter se tornado “pária ambiental” e de ter “situação difícil perante o mundo”.
“O Brasil só é uma potência agrícola porque é uma potência hídrica. E só é uma potência hídrica porque é uma potência florestal. E uma parte do agronegócio entendeu isso e não tem o meio ambiente como se fosse inimigo. O meio ambiente é o melhor amigo do desenvolvimento econômico e social.”
Marina confirmou,ainda, 8que, em janeiro, deve participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
QUEM É MARINA SILVA
Com 64 anos, Marina Silva é ambientalista e historiadora formada pela Ufac (Universidade Federal do Acre). Antes de ingressar na política, viveu em convento por 2 anos, onde aprendeu a ler e escrever, e foi professora da rede estadual.
Nascida em seringal perto de Rio Branco, ela organizou movimentos sindicais e em defesa dos mais pobres. Foi vereadora em Rio Branco e deputada estadual no Acre. Em 1994, se elegeu senadora pelo primeiro de 2 mandatos, aos 36 anos. O último se encerrou em 2010.
As bandeiras políticas dela incluem o combate à discriminação e ao desmatamento, a defesa de direitos dos indígenas e o fim da reeleição, por exemplo.
M. V.