Para deputada Leci Brandão, “água é um bem de todos e não pode ser transformada em mercadoria”
Neste Dia Mundial da Água (22), centenas de pessoas lotaram o Plenário Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa de São Paulo, no pré-lançamento da Frente Parlamentar contra a privatização da Sabesp, pretendida pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas. Mais cedo, os participantes fizeram um ato, em frente à Assembleia, em defesa da empresa pública de água e saneamento de São Paulo.
O ato de pré-lançamento da Frente, coordenada pelo deputado Emidio de Souza (PT), reuniu representantes de centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais, parlamentares e especialistas do setor de água e saneamento. Entre eles, ocuparam a mesa o presidente do Sintaema, José Faggian; a deputada Leci Brandão, a representante do mandato feminino coletivo do Psol, deputada Mariana Souza; o presidente da CTB-SP, René Vicente; além de representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), do ONDAS – Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento; e do Sinergia.
“Estamos aqui hoje, neste Dia Mundial da Água, para defender a nossa Sabesp, maior empresa de saneamento da América Latina, a que mais se desenvolveu tecnicamente em nosso país, a que mais dá lucro ao governo do Estado, e está sendo ameaçada pelo governador Tarcísio de Freitas”, disse o deputado Emídio de Souza ao iniciar a audiência.
“Sabemos que 40% das ações da Sabesp já não estão nas mãos do Estado, que já foram privatizadas, o que não queremos é que eles tenham o controle total da Sabesp, para que ela continue pública e que o Estado, com o lucro que ela dá, reinvista no tratamento de água e em redes de esgoto para o bem da população, que em última instância é a dona desse lucro”, continuou o deputado.
Alertando que essa luta é grande, pois privatizar a Sabesp é um compromisso de campanha de Tarcísio de Freitas, Emidio conclamou os presentes a se unirem e envolverem setores sociais, entidades, políticos, especialistas, sindicatos e a população em geral para impedir que o projeto avance.
A deputada Leci Brandão disse que é contra privatização em qualquer nível, e que, especialmente sobre a Sabesp, mais ainda, porque “água é um bem de todos, tem que ser acessível a todos, e não pode ser transformada em mercadoria”.
“Estou firme nessa luta, ao lado da população, dos trabalhadores, a favor dessa empresa que é patrimônio do povo paulista”, afirmou a deputada, ressaltando que nessa questão de querer privatizar empresas de água e saneamento “o Brasil está na contramão do mundo, onde muitos países estão voltando a reestatizar suas empresas”.
Para o presidente do Sintaema, José Faggian, o pré-lançamento da Frente é “uma iniciativa importante e que só fortalece nossa luta em defesa da Sabesp, da categoria e da população. Estamos viajando todo o estado denunciando a proposta do governo Tarcísio e alertando que será a população a maior prejudicada com a venda da empresa”, frisou.
Para a secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Ribeiro, “sabemos que a privatização da Sabesp irá prejudicar a população paulista. A CUT, junto com a Frente Parlamentar contra a privatização da Sabesp, intensificará esta luta. A população paulista precisa saber o que está acontecendo. Muitos bairros vão ficar muito mais tempo sem água, isso é que chamamos de sucatear o serviço para justificar lá na frente a privatização”, afirma a dirigente.
Coordenador da Frente Parlamentar contra a privatização da Sabesp na legislatura passada, o deputado Emidio de Souza já conseguiu o número suficiente de assinaturas para protocolar o pedido de constituição da Frente na legislatura atual, e aguarda o dia 23 para atender a determinação da Alesp.