O YouTube removeu, na quarta-feira (21), vídeos e transmissões ao vivo do canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da plataforma por violarem as políticas de informações sobre a Covid-19 que apresentavam “sérios riscos de danos significativos”. Ao todo, 15 vídeos foram tirados do ar.
Os vídeos foram publicados por Bolsonaro entre o ano passado e este ano, e foram derrubados por trazerem conteúdo falso e violarem a política de informações médicas corretas sobre a Covid-19.
Os vídeos do presidente mencionavam que hidroxicloroquina e/ou ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir a Covid-19, segundo a assessoria da rede social. Anteriormente, a plataforma já havia deletado vídeos do canal do presidente pelos mesmos motivos.
Em comunicado, a plataforma disse: “Nossas regras não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e/ou ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19; garante que há uma cura para a doença; ou assegura que as máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus”, informou o YouTube.
“Essas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos nossas políticas conforme as mudanças nessas orientações. Aplicamos nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem seja o produtor de conteúdo ou de visão política”, reforçou a empresa.
O YouTube também informou que as diretrizes “estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais”, e que as políticas internas foram mudadas para seguir essas orientações. “Aplicamos nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem seja o produtor de conteúdo ou de visão política”, informou o texto.
A ação é especialmente grave porque gerou o que o YouTube chama de alerta ao usuário, ou seja, sinalizou a Bolsonaro que houve uma violação das regras de uso da plataforma. Na próxima violação que o presidente cometer, ele sofrerá um strike, ou seja, ficará por uma semana sem poder usar o canal.
Já houve outras remoções de vídeos postados por Bolsonaro, mas, como eles haviam sido publicados antes da nova política sobre informações médicas relacionadas à Covid, elas não contam como penalização.
Entre as 14 lives que serão removidas, estão as transmissões que o presidente fez em 6 de agosto do ano passado, com Eduardo Pazuello, e em 27 de agosto, com Damares Alves.
Um dos vídeos removidos era uma live do dia 27 de maio, em que Bolsonaro sugeriu que se tome chás usados por indígenas para combater a Covid-19 e fez novamente uma defesa enfática da cloroquina e de outros medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus.
Essa transmissão do presidente ocorreu a partir de Matucará, no Amazonas, onde Bolsonaro cumpriu agenda pública em que visitou comunidades indígenas.”Este vídeo foi removido por violar as diretrizes da comunidade do YouTube”, diz uma mensagem para quem, agora, tenta assistir ao vídeo na plataforma.