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O governo de Romeu Zema (Novo) à frente de Minas Gerais segue avançando no campo do entreguismo, umas das marcas do seu primeiro mandato. Nos quatro anos em que esteve à frente do governo mineiro, Zema já cedeu à iniciativa privada empresas do setor de energia, o aeroporto da Pampulha, de infraestrutura, como o Rodoanel; turismo, a exemplo da Serra do Curral, principal cartão postal de Belo Horizonte, e parques. Agora, a bola da vez é o Parque das Águas, em Caxambu.
O leilão do Parque das Águas e do Balneário Hidroterápico de Caxambu, no Sul do Estado, maior estância hidromineral do Brasil, está marcado para 1º de março, na sede da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), na capital mineira.
De acordo com o edital, a empresa vencedora irá explorar por 30 anos o Parque das Águas e o Balneário Hidroterápico, que compõem o complexo turístico. O valor estipulado no edital é de R$ 19 milhões.
O Parque das Águas Dr. Lisandro Carneiro Guimarães se destaca por suas águas minerais terapêuticas e ocupa uma área de 210 mil m², contendo um gêiser (nascente termal que entra em erupção periodicamente lançando uma coluna de água quente e vapor de água), um coreto, esculturas e diversos outros componentes paisagísticos e mobiliários, além de 10 chafarizes de água mineral, cada um com propriedades diferentes.
O conjunto arquitetônico e paisagístico do Parque das Águas integra o cenário urbano de Caxambu. Os prédios do Balneário, do engarrafamento de águas, dos chafarizes e do coreto configuram um acervo inspirado em distintos estilos arquitetônicos, do art nouveau ao modernismo.
Com população estimada em 22 mil habitantes, Caxambu chega a receber 120 mil turistas por ano. No parque, são oferecidos mais de 30 serviços aos visitantes. Banhos, duchas, saunas, massagens, banheiras de hidromassagens, tratamentos faciais e corporais, entre outros, podem ser desfrutados pelos visitantes.
Os frequentadores também podem usufruir do famoso banho Pérola: uma banheira de hidromassagem que realiza esfoliação na pele através de jatos de ar. O local turístico oferece ainda áreas para prática de esportes, como tênis, patinação e mantém piscinas de água mineral.
A proposta de concessão do parque à iniciativa privada se configura desde o ano passado e vem enfrentando resistência. Um primeiro leilão foi marcado para ocorrer em outubro de 2022, mas foi impugnado.
“Governo Zema quer privatizar o Parque das Águas de Caxambu, incluindo o Balneário Hidroterápico. Diante das irregularidades do edital 55/22 da CODEMG, apresentamos hoje (26/09) sua impugnação para anulação desta privatização”, disse pelo Twitter a deputada estadual Beatriz Cerqueira, à época.
“É algo completamente inadequado, pois não esperávamos que o edital ocorresse em 2022, em plenas eleições. Fizemos uma série de questionamentos, mas não fomos atendidos. É um patrimônio muito importante para nosso estado, diz Maria Antônia Muniz Barreto, uma das fundadoras e vice-presidente da ONG Sociedade Amigos do Parque das Aguas. “ E há um risco enorme (a privatização), pois a fiscalização é precária”, alertou.
O governo alega que o Parque das Águas causa prejuízo ao Estado e por isso será privatizado, o que é a ativista questiona “Como a iniciativa privada terá rentabilidade num local onde a Prefeitura de Caxambu e a Codemge dizem que há prejuízo? Somos totalmente contrários à privatização”.
“O parque é o atrativo principal da cidade. Os turistas vêm por conta do parque e das águas. Eles aproveitam os bares e restaurantes, mas vêm para aproveitar o parque. É a mesma coisa que ocorre nas praias do Rio de Janeiro”, compara Maria Antônia.
A privatização de parques em Minas Gerais faz parte do Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc) lançado por Zema. Por meio do programa, já foram entregues ao setor privado os parques estaduais do Ibitipoca, no município de Lima Duarte, e do Itacolomi, que se estende por Ouro Preto e Mariana.