Os servidores públicos do Banco Central (BC) afirmaram que mantêm a greve iniciada em 1º de abril, após o anúncio de reajuste de 5% feito pelo governo Bolsonaro, na semana passada. Segundo os funcionários do BC, a proposta está longe de suprir as perdas salarias sofridas pela categoria nos últimos anos.
“Seguimos em greve. Enquanto o governo não apresenta qualquer proposta que atenda nossas reivindicações, o indicativo é de manutenção e intensificação do enfrentamento”, informou o Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal).
Em entrevista ao portal Reconta Aí, Fábio Faiad, presidente do Sinal, ressalta que “reajuste de 5% é pouco. Estamos falando de um balão de ensaio na imprensa que não foi apresentado oficialmente para nós. A greve continua”.
“Nós temos pleito salarial e pleito não salarial, uma pauta extensa de matérias não salariais que não gera impacto [orçamentário]. Precisa melhorar a proposta. E precisa considerar que tem mais de 20% de inflação apenas no governo Bolsonaro”, ressalta.
Os servidores denunciam que o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, tem se recusado a dialogar com os servidores, até que haja um “fato novo”. “A greve do BC vai continuar por tempo indeterminado, contando com a adesão de mais de 60% dos servidores, pois não houve reunião com Roberto Campos Neto, conforme anunciado pela Diretoria de Administração na semana passada”, disse Faiad.
A categoria é responsável por gerir a política econômica nacional e pede a recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira. A paralisação atrasou a divulgação de boletins do Banco Central pela terceira semana consecutiva. É o caso do relatório Focus, que reúne projeções do mercado para os principais indicadores da economia. Outros serviços como o PIX não estão sendo afetados.