
Uma pesquisa realizada pela International BARE aponta que cerca de 60% dos trabalhadores formais no Brasil precisam fazer algum tipo de ‘bico’ para complementar a renda. Devido à crise econômica que se agrava a cada dia com a elevação dos preços dos combustíveis e a alta da inflação, ter carteira assinada já não garante mais segurança financeira.
A pesquisa entrevistou mais de mil pessoas no final do ano passado e 76% afirmaram estar empregados. No entanto, mais da metade desse grupo (56%) não teve nenhum reajuste salarial, o que mostra que os salários não acompanham a inflação. Em 2021, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou aumento de 10,06%.
De acordo com informações do O Dia, a economia de gastos não tem sido mais suficiente. “Em muitos aspectos, nesse período o brasileiro começou a poupar de itens essenciais, como alimentação e moradia, até aqueles menos importantes como entretenimento e serviços de estética. É, de certa forma, esperada essa necessidade de complementar a renda, já que os salários pouco mudaram e não acompanham a inflação”, explica a gerente da Bare no Brasil, Tânia Alves.
Muitos segmentos da economia ainda estão com dificuldade de se recuperar dos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus, agravadas com a completa inércia do governo Bolsonaro, e, por isso, as condições prejudicaram os trabalhadores nas campanhas por reposição das perdas inflacionárias sobre os salários.
Adriana Schneider, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, destaca que “há segmentos que já sofriam antes da pandemia e após isso piorou. Alguns foram muito prejudicados, como o de serviços, principalmente eventos, bares e restaurantes. É difícil ter uma remuneração mais alta, o que deve levar muito tempo”.
Adriana avalia que “tem sido um caminho para complementar para além de um trabalho CLT, seja usando uma habilidade manual, como cozinhar, artesanato ou trabalhar como motorista de aplicativo”.