
E 41% o do pão francês, diz pesquisa Datafolha
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha aponta que 85% dos brasileiros reduziram ou deixaram de consumir alimentos desde o início do ano por conta da inflação. O principal item que sumiu da mesa das famílias brasileiras foi a carne de boi, cujo consumo foi reduzido por 67% dos entrevistados entre 13 e 15 de setembro.
O preço da carne vermelha acumula alta de mais de 30% no ano, pressionando a inflação e inviabilizando o consumo pela maior parte da população.
A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atinge em 12 meses 9,68%, enquanto 14,4 milhões de pessoas estão desempregadas entre outras mais de 30 milhões no subemprego ou desalentadas.
Mais um destaque da pesquisa do Datafolha é o percentual de entrevistados que afirmam ter reduzido o consumo do pão, tão importante para a cesta dos brasileiros: 41%.
Outros alimentos reduzidos ou cortados pelas famílias por não caber mais nos orçamentos foram: leite e queijo, por 46% da população; arroz, por 34%; feijão, reduzido por 36%; e o macarrão, que foi cortado por 38% dos entrevistados.
A principal base da alimentação dos brasileiros, o diário arroz com feijão, já acumulam aumento de preços de mais de 60% em 2021.
O consumo de frango, porco e frutas e legumes diminuiu para uma parcela dos ouvidos pela pesquisa, mas aumentou para outra parte dos entrevistados. Segundo o Datafolha, essa contradição é explicada pela substituição de alimentos da cesta por itens que também sofrem com a inflação, mas que permanecem mais baratos.
A redução no consumo de frutas e legumes atingiu mais os mais pobres: dos que declaram renda de até 2 salários, 45% diminuíram a quantidade.
A unanimidade no aumento do consumo foi o ovo, que cresceu para 50% da população ao ser a proteína alternativa na falta de condições das famílias arcarem com os preços das carnes.
O preço dos alimentos, junto do aumento dos custos da energia elétrica e dos combustíveis são os principais responsáveis pela inflação que não para de crescer desde o ano passado – e a cada mês extrapola o teto da meta estipulado pelo próprio governo.
No caso dos alimentos, a decisão de não prever estoques reguladores e incentivar o escoamento da produção do país para as exportações, além do aumento dos custos de produção, foram as raízes do problema atual, que combinado com a falta de renda, já colocam o Brasil em uma situação de insegurança alimentar.
Consultados pela pesquisa, praticamente sete em cada 10 brasileiros entendem que a responsabilidade pela carestia é de Jair Bolsonaro.