“As instituições precisam ser respeitadas e as suas decisões também”, disse o presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), condenou, nesta segunda-feira (15), os ataques feitos por um grupo de bolsonaristas usando rojões direcionados contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de sábado (13).
Ele classificou como “inaceitáveis” os ataques e ameaças direcionados ao Supremo Tribunal Federal. Os manifestantes atacaram também o Congresso e o governador Ibaneis Rocha (MDB).
“Críticas todos nós respeitamos, mas ataques e ameaças são inaceitáveis. As instituições precisam ser respeitadas e as suas decisões também”, disse o presidente da Câmara.
O presidente da Câmara ofereceu, também, “total solidariedade” ao Supremo. “Com a certeza que o Parlamento brasileiro respeita e sempre respeitará as decisões do STF”, completou.
Na noite do sábado (13), cerca de 30 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro lançaram fogos de artifícios contra o prédio do STF. A ação durou ao menos cinco minutos. Os apoiadores de Bolsonaro ofenderam com xingamentos pesados os ministros da Corte, inclusive o presidente Dias Toffoli. Em tom de ameaça, perguntavam se os ministros tinham entendido o recado e mandaram que eles se preparassem.
No próprio domingo, o presidente da Câmara já havia compartilhado em uma rede social mensagens de repúdio ao ato divulgadas pelos próprios ministros do STF.
Os ministros do STF também reagiram. O STF “jamais se sujeitará” a “nenhum tipo de ameaça”, disse Toffoli. O ministro Luís Roberto Barroso declarou que “há no Brasil, hoje, alguns guetos pré-iluministas. Irrelevantes na quantidade de integrantes e na qualidade das manifestações.”
Outra manifestação compartilhada por Maia na rede social foi a do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura disseminação de fake news e ameaças contra autoridades.
“O STF jamais se curvará ante agressões covardes de verdadeiras organizações criminosas financiadas por grupos antidemocráticos que desrespeitam a Constituição Federal, a Democracia e o Estado de Direito. A lei será rigorosamente aplicada e a Justiça prevalecerá”, escreveu o ministro.
Já o ministro Gilmar Mendes escreveu que “a incitação à violência desafia os limites da liberdade de expressão”.