Em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19, o consórcio Covax distribuirá até outubro 110 milhões de doses de vacinas das companhias chinesas Coronavac (50 milhões) Sinopharm (60 milhões) para permitir ao sistema de distribuição internacional o enfrentamento à sua escassez, anunciou a Gavi, a Aliança para Vacinação.
O mais recente acordo firmado entre a Gavi e os dois grupos farmacêuticos inclui opções de compra de doses adicionais nos próximos meses, especificou a Aliança, que criou junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) o mecanismo Covax.
“Graças a este acordo, e a que estas vacinas receberam a aprovação de emergência da OMS, podemos iniciar a entregar doses imediatamente”, declarou Seth Berkley, que lidera a Aliança. Integrante do consórcio Covax, o Brasil – que se agregou com atraso devido ao negacionismo de Bolsonaro – ainda conseguiu receber doses das vacinas da AstraZeneca e Pfizer por meio da iniciativa.
Até o dia 12 de julho, o sistema Covax, que tem o objetivo de oferecer um acesso equitativo às vacinas anti-Covid tanto para países ricos como para os pobres, havia distribuído pouco mais de 102 milhões de doses a 135 países. A quantia é muito inferior aos objetivos fixados no começo do ano.
SITUAÇÃO “OBSCENA”
Para agravar a situação, a Índia bloqueou as exportações de vacinas da AstraZeneca destinadas à Covax, ao mesmo tempo em que os países ricos acumulam as compras de imunizantes, agravando a desigualdade, uma situação qualificada de “obscena” pelo chefe da OMS.
Enquanto a União Europeia (EU) e os EUA pretendem vacinar a maior parte de sua população, incluídas as crianças a partir de 12 anos, o continente africano, por exemplo, só conseguiu imunizar 1% de sua população e países como o Haiti nenhuma única pessoa em solo pátrio.
Além das vacinas já garantidas até outubro, a Gavi também tem a opção de comprar mais 210 milhões de vacinas no quarto trimestre de 2021 (de outubro a dezembro): 150 milhões da CoronaVac e 60 milhões da Sinopharm.
Outras 230 milhões de doses de vacina poderão ser adquiridas no primeiro semestre de 2022: 180 milhões da CoronaVac e 50 milhões da Sinopharm.
Com a inclusão das duas vacinas, a Covax agora tem 11 imunizantes em sua lista: AstraZeneca/Oxford (usada no Brasil); Clover (teve testes de fase 3 autorizados no Brasil pela Anvisa em 19 de abril); Johnson/Janssen (usada no Brasil); Moderna; Novavax; Pfizer/BioNTech (usada no Brasil); Sanofi/GSK (teve testes de fase 3 autorizados no Brasil pela Anvisa em 6 de julho); SII-Covishield (versão produzida na Índia da AstraZeneca/Oxford); SII-Covovax (versão produzida na Índia da Novavax); Sinopharm e CoronaVac (Sinovac).