O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), denunciou o enriquecimento do ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, com milhões de dólares escondidos em paraísos fiscais: “chama tudo de ‘liberalismo’”.
“Resumo do dia: um cidadão tem milhões de dólares no exterior e é responsável por decisões que o tornam mais rico no seu país de origem. Então empurra a conta para as famílias via inflação nos alimentos e combustíveis”, publicou Dino em suas redes sociais.
Uma investigação feita internacionalmente, em cooperação entre dezenas de órgãos de imprensa, revelou que o ministro Paulo Guedes mantém uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, que são um paraíso fiscal.
Na conta dessa empresa, aberta em 2014, Guedes depositou US$ 9,54 milhões. Na época, o dólar estava cotado em cerca de R$ 2,65. Mas agora está em R$ 5,447. Atualizado, portanto, o valor é de R$ 52 milhões.
Enquanto ministro da Economia, todas as suas decisões e manifestações afetam diretamente o preço do dólar e, consequentemente, o valor de sua fortuna no exterior.
Em 2019, quando assumiu o Ministério da Economia, o dinheiro de Guedes no exterior correspondia a R$ 37 milhões. Atualmente, com a desvalorização do real causada pelo governo Bolsonaro, o montante equivale a R$ 52 milhões. Ou seja, Guedes lucrou pelo menos R$ 15 milhões com o desastre que causou na economia nacional.
Outro do governo Bolsonaro envolvido no escândalo é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi indicado em fevereiro de 2019.
Ele abriu a sua “offshore” em 2004 e a manteve ativa até outubro de 2020, com um capital de US$ 1,09 milhão, o que representa, hoje, R$ 5,9 milhões.