Disse na terça-feira (28) que “espera não ter de retornar antes” para Brasília. A hashtag #BolsonaroVagabundo se tornou o assunto mais comentado no Twitter
Com o descaso do governo federal no enfrentamento das fortes chuvas que atingem boa parte do Brasil nas últimas semanas, a hashtag #BolsonaroVagabundo ganhou força nas redes sociais e se tornou o assunto do momento no Twitter.
Jair Bolsonaro, que está de folga em Santa Catarina, no litoral sul do país, tem sido duramente criticado por ter viajado de férias, enquanto milhares de pessoas estão sofrendo com as consequências das tempestades na Bahia e em vários Estados brasileiros.
Nesta quinta-feira (30), o presidente foi se divertir no Beto Carrero World, em Penha (SC). Ele chegou ao parque temático por volta das 11h ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e da filha de 11 anos. Acessou o espaço pelos fundos do kartódromo e foi direto assistir e participar do show de Hot Wheels.
Bolsonaro só planeja retornar à capital federal no dia 3 de janeiro. É o segundo período de folga de Bolsonaro neste mês.
O número de mortos por causa da chuva na Bahia subiu para 24, segundo dados atualizados na quarta-feira (29) pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec). Ao todo, 629.398 pessoas foram afetadas pela chuva, com 91.258 pessoas desabrigadas ou desalojadas.
O número de feridos aumentou de 358 pessoas para 434. Na quarta-feira, 136 cidades seguem sob decreto de situação de emergência.
Além do sul da Bahia, que vive uma situação calamitosa, outras localidades também estão sofrendo o efeito das tempestades.
O número de cidades em situação de emergência em Minas Gerais já chegou a 124, segundo a Defesa Civil. A estatística se refere ao período entre outubro e dezembro. Seis pessoas morreram neste ínterim e 2.041 ficaram desabrigadas. Outras 10.200 ficaram desalojadas. Das 124 cidades, 56 tiveram o estado de emergência decretado pelo governo estadual.
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) emitiu um novo alerta de chuva, que mantém a capital mineira em situação de risco geológico até 3 de janeiro.
De acordo com a Cruz Vermelha, 43 cidades estão em situação crítica. Uma delas é Salinas, no Norte do Estado. A cidade, que tem pouco mais de 41 mil habitantes, vem sofrendo com enchentes nos últimos dias. Já são 236 as famílias que foram obrigadas a sair de suas casas. Segundo a Defesa Civil, 158 pessoas tiveram que ser resgatadas de áreas de risco.
Tem chovido muito também em Goiás e no Tocantins, onde comunidades ribeirinhas estão debaixo d’água e praias de rio desapareceram.
As águas do Rio Tocantins subiram rapidamente. Em quatro dias, choveu mais que o esperado para o mês inteiro. O resultado foi que famílias tiveram as casas invadidas pela água. Os moradores precisaram sair às pressas. Plantações também ficaram alagadas.
Em Goiás, as chuvas também causaram estragos. Os municípios de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, decretaram calamidade pública
Várias comunidades quilombolas estão com as casas e lavouras debaixo d’água. Segundo as prefeituras, cerca de mil famílias estão isoladas na região.
Enquanto a população padece nestas localidades, em um passeio pela praia do Forte, em São Francisco do Sul, Bolsonaro disse na terça-feira (28) que “espera não ter de retornar antes” do final de sua folga pelo feriado de Réveillon.
O chefe do Executivo embarcou para a região praiana no sul do país acompanhado pela primeira-dama, Michelle, e a filha Laura, de 11 anos.
Veja cidades da Bahia em situação de emergência:
Alcobaça, Amargosa, Amélia Rodrigues, Anagé, Andaraí, Angical, Apuarema, Arataca, Aurelino Leal, Baixa Grande, Barra do Choça, Barra do Rocha, Belmonte, Belo Campo, Boa Vista do Tupim, Brejões, Brejolândia, Buerarema, Caatiba, Cachoreira, Caetanos, Camacan, Camamu, Canavieiras, Caravelas, Caturama, Coaraci, Cocos, Conceição do Almeida, Cotegipe, Cravolândia, Dário Meira, Dom Basílio, Encruzilhada, Esplanada, Eunápolis, Feira de Santana, Firmino Alves, Floresta Azul, Gandu, Gongogi, Governador Mangabeira, Guaratinga, Iaçu, Ibicaraí, Ibicoara, Ibicuí, Ibipeba, Ibirapitanga, Ibirapuã, Ibirataia, Ibitiara, Igrapiúna, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Itabela, Itaberaba, Itabuna, Itacaré, Itaeté, Itagimirim, Itaju do Colônia, Itajuípe, Itamaraju, Itambé, Itanhém, Itapé, Itapebi, Itapetinga, Itapitanga, Itaquara, Itarantim, Itororó, Ituberá, Jaguaquara, Jequié, Jiquiriçá, Jitaúna, Jussariu, Jussari, Jussiape, Lafaiete Coutinho, Laje, Lajedão, Lençóis, Livramento de Nossa Senhora, Macarani, Manoel Vitorino, Maragogipe, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Milagres, Mucugê, Mucuri, Mundo Novo, Mutuípe, Nazaré, Nilo Peçanha, Nova Canaã, Nova Viçosa, Novo Horizonte, Pau Brasil, Piraí do Norte, Poções, Porto Seguro, Potiraguá, Prado, Presidente Jânio Quadros, Presidente Tancredo Neves, Ribeira do Pombal, Ribeirão do Largo, Rio de Contas, Ruy Barbosa, Santa Cruz Cabrália, Santa Cruz da Vitória, Santa Inês, Santa Maria da Vitória, Santanópolis, São Félix, Sapeaçu, Tabocas do Brejo Velho, Tanhaçu, Taperoá, Teixeira de Freitas, Teolândia, Ubaíra, Ubaitaba, Ubatã, Uruçuca, Valença, Vereda, Vitória da Conquista, Wanderley e Wenceslau Guimarães.
Municípios da Bahia onde houve mortes:
Amargosa (2);
Itaberaba (2);
Itamaraju (4);
Jucuruçu (3);
Macarani (1);
Prado (2);
Ruy Barbosa (1);
Itapetinga (1);
Ilhéus (2);
Aurelino Leal (1);
Itabuna (2);
São Félix do Coribe (2);
Ubaitaba (1).