Os trabalhadores dos aplicativos iFood, Uber, 99, InDriver e Rappi, entre outras empresas, prometem greve e manifestações a partir desta terça-feira (29) em mais de 15 cidades do país.
Os motoristas e entregadores querem melhores condições de trabalho e aumento da remuneração. Além disso, também se manifestam contra a alta no preço dos combustíveis.
A paralisação, que está sendo chamada pelas lideranças do movimento de “apagão dos aplicativos”, deve acontecer nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Aracaju, Manaus, Porto Alegre, Curitiba, Carapicuíba (SP), Galinhas (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Caruaru (PE), Garanhuns (PE) e Petrolina (PE), entre outras.
Além do aumento das taxas, motoristas de aplicativos também reivindicam que a porcentagem de cada corrida que fica com a empresa seja fixada em 20%, que o deslocamento até o passageiro seja pago, que o valor mínimo da corrida seja de R$10 e que os carros dirigidos por mulheres tenham câmeras de segurança.
Já os entregadores reivindicam também o fim da necessidade de agendar previamente o horário de trabalho, o fim de duas ou mais entregas numa mesma corrida, que o atendimento seja feito por humanos e não robôs, o fim dos bloqueios injustos da plataforma, que a distribuição de pedidos seja igualitária entre as modalidades de entregadores, e que as taxas sejam reajustadas anualmente.
Além do relato dos trabalhadores, que por conta das exigências e baixa remuneração feita pelas gigantes do ramo dizem que vivem exaustos, trabalhando mais de 15 horas por dia sem comer para conseguirem sobreviver, além da insegurança, uma pesquisa da Universidade de Oxford sobre a atuação no Brasil das principais empresas de aplicativos denuncia que as condições de trabalho impostas aos funcionários são “indecentes” e que beira à escravidão.
Referindo-se à paralisação que mobilizou os trabalhadores no ano retrasado, Lívio de Andrade, que é motorista de aplicativo e um dos líderes do movimento no Rio de Janeiro, diz que, “em 2020 já era ruim, mas agora beira o insustentável. O combustível está muito mais caro e a inflação corrói a renda”.