Ele admitiu em vídeo que o apoio financeiro era para “manter o nosso capitão no governo”. Auxílio teria se dado após ‘Didi Pimenta’ ter sido procurado pelo índio Serere, bolsonarista preso pela PF sob suspeita de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado de Direito
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, sugeriu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueie as contas bancárias e determine quebra de sigilo do produtor rural Maurides Parreira Pimenta, o ‘Didi Pimenta’, apontado como organizador e financiador de atos antidemocráticos, como os praticados em Brasília, na última segunda-feira (12).
A solicitação se dá após circular nas redes sociais vídeo em que o homem de Campinápolis, cerca de 540 quilômetros de Cuiabá, disse ter ajudado, com grupo de amigos, no deslocamento de oito ônibus, em que teriam sido transportados indígenas a Brasília para engrossarem atos contrários ao resultado das eleições.
O auxílio teria se dado após ‘Didi Pimenta’ ter sido procurado pelo Cacique Serere, bolsonarista preso pela Polícia Federal sob acusação de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A ordem de prisão do líder indígena, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi o estopim dos atos de terror e vandalismo registrados em Brasília, na segunda-feira passada (12), quando foram ateados fogo em ônibus e carros.
MANUTENÇÃO DIFÍCIL
Manifestantes ainda tentaram invadir a sede da PF na capital federal. No vídeo que circula nas redes, o produtor rural ainda menciona que, além de terem prestado apoio para deslocamento dos grupos à Brasília, “estão com dificuldades de mantê-los” na capital federal, pedindo doações financeiras.
“Estamos empenhados nessa luta, junto com o Serere e com os Xavantes para manter a nossa democracia e nosso capitão no governo”, disse o bolsonarista Maurides Parreira Pimenta, por meio de vídeo.
Considerando a gravação em que ‘Didi Pimenta’ disse ter prestado apoio, “tanto para o deslocamento, como para manutenção de indígenas em Brasília, para participar dos atos antidemocráticos” o Ministério Público de Mato Grosso argumenta que o produtor rural também deve ser alvo das medidas decretadas contra organizadores e financiadores dos atos terroristas.
JOSÉ ACÁCIO SERERE XAVANTE
José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, conhecido como Cacique Serere, foi preso na noite da última segunda-feira (12), em Brasília, por envolvimento em atos golpistas, após pedido de prisão temporária do ministro Alexandre de Moraes.
O indígena, segundo a decisão do magistrado, realizou manifestações golpistas em diversos locais na capital federal, incluindo em frente ao hotel onde estavam hospedados o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
O cacique, que se diz evangélico e pastor, ganhou notoriedade entre grupos bolsonaristas desde as manifestações em frente ao Quartel-General do Exército que começaram em Brasília.
BOLSONARISTA E CRIMINOSO
Com o corpo pintado e sem camisa, Serere produz vídeos para as redes sociais em apoio ao presidente em fim de mandato e contestando o resultado das urnas eletrônicas na eleição deste ano. Além disso, ele ataca ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com a PF (Polícia Federal), o indígena realizou manifestações violentas de cunho antidemocrático em diversos locais, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estava hospedado Lula e Alckmin.
Ainda segundo relatos nas redes sociais, agentes da PF entraram na caminhonete que o indígena usava para se deslocar do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, de volta para o QG e o levaram.
M. V.
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Todo vigor da lei para os que atacam pessoas e instituições com mentiras e desinformação, contudo muito desses elementos são simplesmente má e concordam com ideais fascista e nazista isto é fato.
Digo todo rigor da lei e não vigor