Chanceler Scholz se dobrou a Washington e declara que tanques Leopard 2 serão enviados para sustentar conflito causado pelo regime de Kiev
Repudiando a decisão do governo alemão de fornecer armas pesadas à Ucrânia, incluindo tanques Leopard 2, centenas de pessoas marcharam pela cidade de Nuremberg, na segunda-feira (30). Os manifestantes expressaram a preocupação de que Berlim acabasse arrastada para uma guerra massiva com a Rússia sem nada que o justifique.
Imagens filmadas pela agência de vídeo Ruptly, da Agência RT, mostraram manifestantes cantando slogans e batendo tambores. Uma das faixas dizia “Nós somos a linha vermelha”.
Falando à Ruptly, um dos manifestantes disse que “a Ucrânia não vai pagar” pelas armas fornecidas pelo Ocidente. “São os alemães que terão que pagar a conta”, argumentou.
“Se nos envolvemos em uma guerra, e eu pessoalmente não tenho nenhuma guerra com a Rússia, então para nós, alemães, com base na história, é o pior sinal que podemos enviar”, constatou.
Outro manifestante lamentou que “se as coisas continuarem assim” a Alemanha pode entrar sonâmbula em uma “ terceira guerra mundial”.
A marcha ocorreu dias depois que o chanceler Olaf Scholz anunciou sua decisão, na última quarta-feira (25), de enviar quatorze tanques Leopard 2A6 do estoque da própria Alemanha para Kiev. Berlim também garantiu que autorizaria outros países de posse desse tipo de tanque a fazer o mesmo.
O anúncio marcou uma grande reviravolta da Alemanha que, por influencia das opiniões da população, por meses se recusou a fornecer tanques à Ucrânia, citando os riscos de uma escalada incontrolável.
Nas últimas semanas, no entanto, a pressão dos Estados Unidos sobre Berlim aumentou. Na quinta-feira passada, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, revelou que os tanques alemães devem chegar à Ucrânia no início de março.
Enquanto isso, Scholz, comentando a decisão, disse que o objetivo de Berlim no país do leste europeu é garantir que a Rússia “não consiga mudar as fronteiras pela força”.
O secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, caracterizou a decisão de fornecer à Ucrânia tanques de fabricação ocidental fabricados pela Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, como a prova do “envolvimento direto” da Otan no conflito. E alertou que essa ação de Scholz “deixaria uma marca” nas relações russo-alemãs que já estão em um ponto baixo.
Peskov afirmou ainda que a Otan “claramente superestima o potencial dos equipamentos ocidentais que vai adicionar às forças armadas ucranianas”.