Um dos responsáveis pela execução de sete pessoas em um bar de Sinop, em Mato Grosso, após uma discussão por um jogo de sinuca, na última terça-feira (21), tem cadastro como Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC), frequentava um clube de tiros da cidade e postava vídeos na rede social praticando disparos.
Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, ostentava ainda em seu perfil nas redes sociais uma foto com boné de Bolsonaro. Ele se entregou na manhã desta quinta-feira (23). Em outro vídeo, também postado nas redes sociais, Edgar mostra que estava em um clube de tiro e tinha acertado um alvo. Ele mostra as balas usadas nos disparos.
O comparsa dele, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, foi morto em confronto com a polícia durante a tarde, após ser localizado em uma área de mata, distante cerca de 15 km da cidade, próxima ao aeroporto.
Na quarta-feira, a polícia apreendeu a espingarda calibre 12 mm e a caminhonete usadas durante a chacina. O material estava em uma obra no bairro Vila Verde, no município, endereço ligado a um dos suspeitos, segundo as investigações.
Edgar e Ezequias mataram seis homens e uma adolescente de 12 anos, depois que perderam partidas de jogos de sinuca em um bar. Segundo a Polícia Civil, a dupla teria perdido mais de R$ 4 mil.
Nas imagens registradas pelas câmeras de segurança do bar, é possível ver quando Ezequias, de camiseta azul, armado com uma pistola, rende as pessoas e as leva para perto de uma parede.
Enquanto isso, Edgar, de camiseta listrada, pega uma espingarda, calibre 12 mm, na caminhonete estacionada em frente ao estabelecimento e volta atirando várias vezes.
A adolescente, depois de vários disparos, tenta correr para fora do estabelecimento. Ela e outro homem foram mortos, segundo a perícia, com tiros nas costas.
As vítimas da chacina:
- Larissa Frazão de Almeida – 12 anos
- Orisberto Pereira Sousa – 38 anos
- Adriano Balbinote – 46 anos
- Getúlio Rodrigues Frazão Júnior – 36 anos
- Josué Ramos Tenório – 48 anos
- Maciel Bruno de Andrade Costa – 35 anos
- Elizeu Santos da Silva – 47 anos, que chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no hospital.
POLÍTICA ARMAMENTISTA IRRESPONSÁVEL
O ministro da Justiça, Flávio Dino, condenou o cruel assassinato realizado pelo CAC. Segundo ele, o crime é “resultado trágico da irresponsável política armamentista”.
“Mais sete homicídios brutais. Mais um resultado trágico da irresponsável política armamentista que levou à proliferação de ‘clubes de tiro’, supostamente destinados a ‘pessoas de bem’, como alega a extrema-direita”, escreveu o ministro no Twitter.
Durante o governo Bolsonaro houve a promoção de uma política armamentista sem qualquer tipo de controle. Ao menos 3 milhões de armas foram comercializadas para os supostos CACs que, desde então, passaram a ostentá-las nas ruas sob as bênçãos bolsonaristas.
Para a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, a política bolsonarista é responsável pelo crime de Sinop. “Sobre a chacina de Sinop a gente sabe quem é o guru do ódio que estimulou a intolerância e o armamento da população. Quero deixar minha solidariedade às famílias das vítimas e em especial à mãe da menina Larissa, a perda de uma filha é uma dor que não se apaga”, escreveu Hoffmann em seu Twitter.
Ao ser preso, Edgar se declarou “arrependido” de ter cometido a chacina, segundo o advogado.
Tem que lembrar para todos que na vitória do Lula, as penitenciárias comemoram e lá tem assassinos, estupradores, traficantes. Bandidos não vota no Bolsonaro.
É mesmo? E os autores da chacina, eram o quê? Homens de bem? E as milícias, que apoiam Bolsonaro – e não é de hoje? São compostas por coroinhas ou santos canonizados pelo papado? Ou você está querendo dizer que os bandidos que votaram no Lula estão presos, enquanto os que votaram no Bolsonaro, como se viu no 8 de janeiro, estão soltos?