
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva outorgou ao padre Júlio Lancellotti a medalha da Ordem do Ministério da Justiça. O decreto foi oficialmente divulgado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (29).
A medalha, criada em 2018, representa um reconhecimento àqueles que demonstraram notáveis contribuições ao Ministério da Justiça ou às instituições correlatas, tanto em âmbito nacional quanto internacional.
Reconhecido por seu trabalho na defesa dos direitos humanos e das pessoas em situação de rua, padre Júlio Lancellotti atualmente lidera a Coordenação da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. Ele tem 74 anos.
Além de sua atuação na Igreja São Miguel Arcanjo, localizada na zona leste de São Paulo, Lancellotti também possui formação em pedagogia. Através de sua trajetória na Igreja Católica e em defesa dos direitos humanos, ele angariou diversas premiações e reconhecimentos.
O sacerdote ganhou notoriedade nacional por sua dedicação em auxiliar pessoas em situação de rua. Ele frequentemente recorre às redes sociais para denunciar episódios de violência policial e para criticar construções de natureza hostil, que limitam o uso do espaço público pelas pessoas.
No último sábado (26), Lancellotti foi alvo de ameaças via um bilhete deixado na entrada da Paróquia São Miguel Arcanjo. A mensagem continha expressões como “seu tempo de influência aqui vai se encerrar” e “defensor dos direitos dos criminosos”. Um homem idoso, de 72 anos, admitiu ser o autor do bilhete e em depoimento, afirmou que conhece o padre e que “não tinha intenção real de causar mal a ele”. O episódio foi registrado como um caso de injúria e ameaça.
O presidente Lula expressou solidariedade ao padre Júlio Lancellotti nas redes sociais e destacou: “Minha solidariedade ao Padre Julio Lancellotti, que recebeu ameaças criminosas e inaceitáveis hoje cedo na porta da igreja, em São Paulo. Um fiel seguidor dos princípios de Jesus, Padre Júlio Lancellotti é uma referência no acolhimento e no cuidado de quem mais precisa, sobretudo das pessoas em situação de rua da capital. Tenho dito que não podemos tolerar a cultura do ódio no nosso país. Precisamos virar esta triste página da nossa história. Mais amor e solidariedade. Menos ódio e egoísmo. É disso que precisamos no Brasil e no mundo”.