Em depoimento, o executivo da Odebrecht, Sérgio Neves, informou que, a pedido do então senador Aécio Neves, a Odebrecht repassou dinheiro por meio de caixa 2 para a campanha de 2010. “Em junho de 2009, Benedito Jr. me procurou reportando que havia acertado com Aécio Neves um apoio para a pré-campanha do Antonio Anastasia para o governo de Minas, para concorrer como candidato ao governo de Minas.
Ele me indicou que o valor que a empresa iria contribuir era de R$ 1,8 milhão e que deveria ser feito via um contrato com o marqueteiro do Aécio, que era o Paulo Vasconcelos do Rosário”, disse Sérgio Neves no depoimento.
De acordo com a investigação, a contrapartida seria ajuda à Odebrecht, para a empresa obter benefícios em obras em Minas Gerais. O executivo ainda contou na colaboração que Vasconcelos o procurou e os dois teriam combinado que o pagamento seria feito por meio de um contrato fictício de um plano estratégico de comunicação para a empresa.
“Dessa forma, depois de acertado, chegado a um consenso com o Paulo sobre o escopo, esse escopo, eu elaborei na sequência o contrato que contemplava 12 parcelas de R$ 150 mil, totalizando R$ 1,8 milhão. Os valores começaram a ser pagos em julho de 2009 e concluíram até julho de 2010. Foram pagos integralmente, sem que nenhum serviço tivesse sido prestado”, declarou.
Segundo relatório da Polícia Federal, “o resultado do contrato de Prestação do serviço foi entregue em 06.07.2009, ocasião em que foi entregue e apresentada a minuta do plano estratégico de comunicação, onde estavam presentes o presidente do grupo Odebrecht, bem como vários diretores”.
Em um segundo depoimento, já no inquérito da Polícia Federal, o executivo Sérgio Neves explica que um plano de comunicação já tinha sido elaborado por outras empresas, devidamente contratadas pelo grupo Odebrecht para essa finalidade e que “embora não tenha sido demandado o serviço contratado, se recorda de Paulo Vasconcelos ter entregado uma revisão do material previamente entregue pela depoente, o qual não foi utilizado”.