
Número de mortos em três dias de terror e massacre chega a mais de 1.300
Vítimas da etnia alauita começam a relatar como estão sendo massacrados por agentes da ditadura oriunda da organização terrorista HTS, que já teve como cabeça o atual presidente da Síria – imposto por golpe armado contra o governo de Bashar Al Assad – o repaginado Ahmed Al Shara, apoiado por Washington.
O morticínio de civis começou em 6 de março, sob pretexto de que elementos leais ao dirigente deposto, Bashar Al Assad, atacaram as forças do atual “governo”.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sede em Londres, mais de 1.300 foram mortos, na maioria civis alauitas, em um curto espaço de 3 dias. Os alauitas são uma minoria na Síria, cerca de 10% a 13% do povo sírio. É também a mesma etnia do ex-presidente Bashar Assad.
“Tudo começou em 6 de março, quando ouvimos tiroteios e as autoridades impuseram um toque de recolher. Na manhã de 7 de março, entramos em contato com todos os nossos familiares em nosso bate-papo do WhatsApp. Meu irmão que mora em Latakia alertou a todos para não saírem de casa. E essa foi a última vez que ouvimos falar dele”, disse, à reportagem do portal Russia Today, um dos familiares que por medo de retaliação do governo sírio pediu para não ser identificado.
Quando outro irmão foi visitar o local onde sua família foi atacada para tentar saber o que aconteceu, encontrou seu corpo. E tentou confrontar os homens armados que patrulhavam a região, acusando-os de assassinato, também foi executado logo a seguir.
“O que ouvi de pelo menos cinquenta pessoas é que gangues batiam na porta e perguntavam aos moradores se eram sunitas ou alauitas. Os segundos não têm chances de sobreviver”, testemunhou o entrevistado pela RT.
“Centenas de pessoas do meu entorno estavam tão aterrorizadas em ficar em casa que optaram por buscar refúgio na floresta ou nas montanhas. Muitos deles passavam as noites lá, sem comida e água, com a única esperança de sobreviver à limpeza étnica,” disse.
O massacre só não foi maior porque os russos abrigaram em suas bases, em Latakya e Tartous, mais de nove mil sírios.
Outra pessoa que também pediu para não ter seu nome divulgado deu mais detalhes do desenrolar do massacre de alauitas na Síria ao RT:
“Algumas aldeias perto do aeroporto de Hmaymeim perderam todos os seus homens – jovens e velhos – que foram assassinados a sangue frio. Eles mataram crianças e mulheres – sem distinção – dentro de suas casas, mercados, campos e ruas. Corpos foram vistos em todos os lugares – nas ruas e nos vales”.
“O mais assustador é que a violência continuará para as próximas gerações. Você acha que aqueles que perderam suas famílias vão esquecer? Eles não vão, esses massacres recentes deixarão uma cicatriz indelével na psique da nação e isso significa que a violência não vai desaparecer”.
O atual governo sírio, liderado por Ahmed Al Sharaa subiu ao poder com o apoio da Turquia e dos Estados Unidos, seu governo é um antro de “ex-terroristas”, que cometeram várias atrocidades contra a população civil, foram redimidos pelo ocidente para assumir o controle do país. Al Sharaa, foi fundador da ‘Frente al Nusra’, depois Hayat Tahrir Al Shams (Organização pela Libertação do Levante), braço da ‘Al Qaeda’ na Síria, notabilizado por suas execuções filmadas onde cortavam cabeças de suas vítimas.
Quando subiu ao poder no governo sírio, a mídia ocidental passou a tentar fazer uma lavagem em sua imagem, com a troca de sua kafieh por um terno ocidental e com a barba aparada, quando anteriormente ele era retratado como um terrorista violento que queria instaurar um Estado fanático na Síria.
Agora recebe tratamento de chefe de Estado fazendo reuniões com autoridades europeias e americanas. Os EUA até retiraram a recompensa de $10 milhões de dólares que lançaram pela cabeça de Al Sharaa, seguramente porque, sob seu comando a pilhagem de petróleo pelos norte-americanos corre sem freios e Israel ocupa aldeias e está de olho grande nas reservas minerais de silica ao sul da Síria, que após acordo entre Al Sharaa e curdos (também filhotes de EUA e Israel), está sob ameaça de tornar uma colcha de retalhos de republiquetas ocupadas e submetidas.