
A piora no serviço prestado pela Sabesp para a população foi alvo de uma ampla crítica da Câmara de Vereadores de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Segundo os parlamentares, depois que o governo Tarcísio de Freitas concluiu a privatização da empresa de saneamento, os moradores da cidade passaram a receber uma água de péssima qualidade: barrenta, com aspecto sujo e gosto estranho.
O vereador Dr. Ronaldo Onishi fez duras críticas à qualidade da água fornecida pela Sabesp, comparando-a a água de açudes. “Parece que a Sabesp está fornecendo à população de Taboão da Serra água de açude, barrenta, parecendo água suja”, disparou Onishi.
A vereadora Najara Costa também se manifestou, ressaltando que a falta d’água e o fornecimento de água suja atingem principalmente as periferias.
“Esses problemas raramente acontecem nos bairros nobres, mas podem ocorrer. No entanto, é nas regiões mais carentes que eles se tornam constantes.”
O vereador Anderson Nóbrega destacou a gravidade da situação e afirmou que muitos moradores recebem “água suja e fedorenta todos os dias”, enquanto outros bairros sofrem com a falta de abastecimento.
Anderson afirmou que o Deputado Estadual, Eduardo Nóbrega marcou uma reunião para o próximo dia 24 de março, às 16h, na sede da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), com prefeitos da região e Samantha Sousa, responsável pelo órgão que fiscaliza a Sabesp. O objetivo é cobrar soluções para os problemas enfrentados pela população.
Já o presidente da Câmara, Carlinhos do Leme, criticou o serviço prestado pela Sabesp:
“A Sabesp está prestando um péssimo serviço e isso não é de hoje. Desde que a concessão foi municipalizada, eu não vou deixar de falar sobre esse problema.”
SABESP DIZ QUE ÁGUA NÃO ESTÁ SUJA
Questionada sobre o problema, a Sabesp afirmou que a água distribuída no município está dentro dos parâmetros de qualidade exigidos. No entanto, os relatos de moradores de diversas regiões do Estado apontam o contrário, com denúncias frequentes sobre a coloração escura da água, o cheiro desagradável e, em algumas regiões, até a interrupção do abastecimento.
Em julho de 2024, o governo Tarcísio entregou o controle da maior empresa de saneamento da América Latina para a iniciativa privada. Sob a falsa alegação de que a privatização da Sabesp seria a única medida para universalizar o saneamento no Estado, Tarcísio vendeu 32% das ações da empresa a um valor 44% menor que o de mercado.
Com a entrega do controle da estatal, o governo abriu mão também da gestão do abastecimento de água para mais de 32 milhões de pessoas, o total de clientes da Sabesp.
A privatização e o desmonte da empresa vêm sendo alvo de criticas por todos os lados. Enquanto isso, Tarcísio se floreia em torno de prêmios oferecidos por agentes do mercado por ter vendido o patrimônio do povo paulista.
A pressão por esclarecimentos sobre a qualidade da água levou a Comissão Permanente de Obras a agendar uma audiência pública para o próximo dia 27 de março, às 18h, no plenário da Câmara Municipal. Representantes da Sabesp deverão prestar esclarecimentos sobre o serviço prestado no município.