
O governo da África do Sul condenou os ataques realizados por Israel contra alvos no Irã desde a sexta-feira (13), incluindo impactos em áreas militares, instalações nucleares e infraestrutura civil, ataques que “levantam sérias preocupações com relatos de vítimas civis e militares”.
“Essas ações levantam sérias preocupações sob o direito internacional, incluindo os princípios de soberania, integridade territorial e proteção de civis consagrados na Carta da ONU e no direito internacional humanitário”, manifestou Chrispin Phiri, porta-voz do ministro de Relações Internacionais e Cooperação, Ronald Lamola.
“A África do Sul observa com particular inquietude as implicações para a segurança decorrentes de ataques nas proximidades de instalações nucleares. Recordamos a firme posição da Conferência Geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), contra ataques armados a instalações nucleares pacíficas, por considerá-los violações da Carta da ONU e do Direito Internacional”, frisou.
Em ação repudiada por muitos governos e amplas organizações sociais internacionais, a Força Aérea Israelense atacou na quinta-feira (12) bairros residenciais de Teerã e instalações nucleares e de mísseis do Irã. A TV estatal iraniana reportou que fortes explosões foram ouvidas na capital do país e continuam sendo divulgados. Os relatórios iniciais mostraram que dirigentes das FFAA iranianas e pelo menos 6 cientistas nucleares foram mortos nos criminosos ataques israelenses.
ATAQUE ARMADO DE ISRAEL NÃO TEM FUNDAMENTO
O Ministério africano enfatizou que a legítima defesa antecipada, segundo o Artigo 51 da Carta da ONU, exige evidências claras de um ataque armado iminente, o que, assinalou Phiri, não tem fundamento neste caso.
Pretória expressou suas “sinceras condolências” ao Governo da República Islâmica do Irã e às famílias de todas as vítimas.
“Reiteramos nosso compromisso inabalável com a resolução pacífica de disputas. A África do Sul pede a máxima contenção de todas as partes e apela à intensificação urgente dos esforços diplomáticos para aliviar as tensões e promover a estabilidade no Oriente Médio”, insistiu Phiri.
“Apoiamos as discussões bilaterais em andamento, e reafirmamos a importância crítica de estabelecer uma Zona Livre de Armas Nucleares no Oriente Médio”, concluiu.