O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), criticou o texto da reforma da Previdência aprovado na Câmara dos Deputados na quarta-feira (10). Segundo ele, “vai ficar cada vez mais difícil se aposentar nesse país”.
“Eu não pude participar, mas concordamos com as deliberações do partido que tem uma preocupação social importante. Como eu falei, grande parte dessa reforma está envolvendo pessoas que ganham um pouco mais de salário mínimo e que vão pagar essa conta que é muito alta, de pessoas que têm muita dificuldade. Vai ficar cada vez mais difícil se aposentar nesse país do jeito que essa reforma está sendo produzida”, criticou o governador pernambucano .
Durante o lançamento do Programa de Regularização Fundiária – Propriedade Legal, no Palácio das Princesas, o governador disse que foram feitos “esforços para aperfeiçoar o texto”.
Ele aposta em alterações do texto no Senado, mas espera ainda a votação de destaques na Câmara que podem mudá-lo como na questão da reinclusão de estados e municípios na reforma.
“Algumas questões andaram e outras não. A questão da saída de estados e municípios também aconteceu. Temos que aguardar agora o resultado dessa votação, alguns destaques vão ser votados também e que podem aperfeiçoar o texto. Vamos esperar o resultado final para ter uma ideia exata do que foi aprovado e tentar fazer algum tipo de modificação ainda no Senado, dado que é uma casa revisora”, disse.
PUNIÇÕES
Ao comentar o fechamento de questão do PSB contra a reforma da Previdência, Câmara – que é vice-presidente nacional do partido – afirmou concordar com a decisão que levará à punição dos deputados que votarem a favor da reforma, mas que isso depende das instâncias partidárias. Dos 34 deputados federais da bancada, 11 votaram a favor da reforma.
“Não pode haver nenhum tipo de ação contra deputados que descumpriram a decisão do partido sem ter também a convocação do diretório nacional, da discussão, do prazo”, disse.
Na terça-feira (09), Carlos Siqueira, presidente do PSB, defendeu o fechamento de questão contra a reforma da previdência. “O fechamento de questão ocorre em situações excepcionais em que o partido percebe que não pode votar contra os seus próprios princípios, ou seja, contra a população mais carente do país, que é o que está ocorrendo com essa reforma da Previdência”, defendeu.
“Essa reforma que diz que é para combater privilégios é uma tremenda falácia, é uma mentira. E nós não podemos colocar as digitais do Partido Socialista Brasileiro (PSB) – um partido histórico, um dos mais antigos na vida republicana nacional – em algo dessa natureza tão antissocial como isso. E por isso fechamos questão e esse fechamento de questão, naturalmente, tem consequência”, destacou em entrevista ao programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal.