Desde o dia 7 de junho, os registros de sarampo dispararam 850% no estado de São Paulo, passando de 51 casos para 484 até o último balanço divulgado na sexta-feira (19), pela Secretaria Estadual de Saúde. A grande maioria dos casos foi confirmada na capital, sendo eles 363, e o número preocupa por já ser o maior registrado em mais de 20 anos.
Um número mais preocupante, é que cerca de 2,1 milhões de jovens com idades entre 15 e 29 anos que vivem na cidade de São Paulo não foram imunizados contra o sarampo durante a infância. Essa faixa etária corresponde à metade dos 363 casos confirmados da doença na capital.
Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), ao menos 75% dos jovens que nasceram entre os anos 1990 e 2004 não receberam a segunda dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e deve ser aplicada a partir dos 15 meses de idade.
Na segunda-feira (22), a prefeitura de São Paulo anunciou uma mudança na orientação para o público-alvo das vacinas. Antes, quem já tinha tomado as duas doses da vacina não precisava se vacinar de novo. Agora, todos que estão na faixa etária de 15 a 29 anos devem ser vacinados.
Já nesta quinta-feira (25), a prefeitura que decidiu ampliar o público-alvo da atual campanha de vacinação contra sarampo também para bebês com idade entre seis meses e um ano.
Também foi realizada uma parceria com o governo do estado para que a vacina também seja aplicada nas escolas públicas na volta às aulas.
Empresas privadas, faculdades e condomínios que solicitarem o serviço também receberão profissionais da saúde.
CASOS
O país não registrava novos casos de sarampo contraídos em território nacional desde 2000. Desde então, todos os casos confirmados haviam sido importados, quando o paciente é infectado em outro país e desenvolve a doença ao voltar para casa.
A circulação do vírus voltou a ocorrer no Brasil em fevereiro de 2018, quando foram registrados mais de 10 mil casos em 11 estados, sendo a maior incidência na região norte, no Amazonas e em Roraima.
Neste ano, o vírus começou a circular na cidade de São Paulo a partir de fevereiro, trazido por pessoas que estiveram em países como Noruega, Malta e Israel. A região central da capital foi o epicentro da disseminação, segundo a Covisa.