A greve geral contra o ataque do governo Macron às conquistas previdenciárias – que teve a participação de ferroviários, metroviários, metalúrgicos, professores, médicos e enfermeiros; tanto servidores públicos quanto assalariados do setor privado e o apoio de estudantes secundaristas, quanto de universitários e de aposentados – parou a França nos dias 5 e 6. As centrais sindicais convocam nova paralisação para o dia 10
A greve geral aconteceu em paralelo a manifestações por todo o país. Segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), 1,5 milhão de franceses ocuparam as ruas em 250 cidades.
Em Paris, mais de 250 000 pessoas disseram não ao ataque do governo que pretende reduzir os direitos previdenciários de 42 categorias, igualando trabalhos com alto nível de toxicidade ou de periculosidade aos que exercem serviços de escritório, fazendo tábula rasa de conquistas resultantes de anos de lutas e debates sobre as questões referentes a aposentadorias e pensões.
Em Marselha foram computados 150 mil; Montpellier, 20.000; Toulouse, 100.000; Bordeaux, 53.000. Os atos em pequenas cidades como Albi, Landerneau, Avignon, mostraram a amplitude da revolta contra o descaso para com o justo direito dos trabalhadores, que dedicaram suas vidas, nos transportes ou nos locais de trabalho ou ainda nos anos dedicados ao estudo, ao descanso quando idosos.
Faixas presentes nos protestos declaravam: “Não ao esmagamento das aposentadorias”, “Nada de jogar com minha aposentadoria. Quero saber quando e com quanto vou me aposentar” e “Quem semeia miséria colhe cólera”.
Mesmo diante da amplitude do movimento, o primeiro-ministro, Edouard Philipe, disse que vai manter o projeto que, segundo ele, “vai garantir justiça e solidariedade”.
Na manhã do dia 6, numerosas assembleias de trabalhadores aprovaram o apoio à convocação das centrais sindicais para uma nova greve nacional no dia 10.
Ao participar da convocação à greve e às manifestações, a CGT declarou que o nome certo para a ‘reforma’ de Macron é ‘precarização”.
Segundo a central, Macron quer anular um dos melhores sistemas de aposentadorias: “Em nome do mercado ele ataca o princípio da solidariedade que faz a força da proteção social na França”.
Segundo ainda a central, Macron vai contra “tudo aquilo que diz respeito às questões sociais, incluindo a saúde, fatores que considera como concessões que devem ser reduzidas. O atual projeto quer nos fazer trabalhar mais por uma pensão de caráter aleatório e flutuante”.
“Pensamos o contrário”, finaliza a CGT, “consideramos que a proteção social, a aposentadoria, a saúde, são investimentos que precisam ser desenvolvidos e, se o nosso sistema deve evoluir, não há por que atacar seus fundamentos”.