O empresário Mario Seabra Suarez, da Mendes Pinto Engenharia, relatou ao Ministério Público Federal que entregou pelo menos R$ 2 milhões ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010.
Segundo o empresário que assinou acordo de colaboração premiada, o dinheiro fazia parte da propina paga em troca do favorecimento da empresa para gerenciar a construção da Torre Pituba, sede da Petrobras em Salvador.
A força-tarefa informou na quarta-feira (15) que houve irregularidades em todas as etapas da obra: no gerenciamento, pela Mendes Pinto; no projeto executivo, pela Chibasa Projetos de Engenharia; e pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, que construíram o prédio.
A entrega de parte do dinheiro para Vaccari, segundo Suarez, ocorreu na sede do partido em São Paulo, localizada na Sé. Esse tipo de entrega, de acordo com o delator, era excepcional. Em geral, a verba era combinada diretamente com os destinatários finais.
Segundo o empresário, para a Mendes Pinto ser beneficiada na concorrência para gerenciar a obra da Torre Pituba foi cobrado um valor de R$ 9,6 milhões. Os termos da colaboração premiada foram anexados na segunda-feira (13) na ação penal da Lava Jato que trata da construção da sede baiana da petroleira.
Os depoimentos foram tomados em setembro de 2019. Em nota, o PT afirma que o depoimento divulgado é uma denúncia “fantasiosa, sem sentido e sem provas” e que pretendem atingir o partido no momento em que as atenções se voltam para a indicação ao Oscar do documentário “Democracia em Vertigem”, que trata do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.