“Ao contrário do que pensa o Fernando Haddad, a indústria tem um papel chave na economia de qualquer país que queira ser independente”, assinalou o ex-governador, em palestra na Universidade Estadual a da Bahia
O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), provável candidato a presidente em 2022, afirmou, em sua primeira palestra do ano de 2020, na Universidade do Estado da Bahia, na quinta-feria (16), que conviveu com Jair Bolsonaro na Câmara Federal, inclusive com gabinetes próximos, no mesmo corredor, e que todo mundo sabia que Bolsonaro tinha seis funcionários fantasmas que assinavam os recibos sem trabalhar e devolviam parte dos salários que eram embolsados por ele.
Assista a íntegra da palestra de Ciro Gomes na Universidade Estadual da Bahia nos primeiros 60 minutos do vídeo abaixo
“O Queiroz, que vocês conhecem bem, não foi cria do Flávio Bolsonaro. Ele já atuava com Jair Bolsonaro quando o filho dele ainda estava nos cueiros.
A filha do Queiroz era uma dessas funcionárias fantasmas. Ela era personal trainer no Rio de Janeiro, com 100% dos horários ocupados, treinando pessoas, e era comissionada no gabinete em Brasília”, denunciou Ciro Gomes.
O ex-governador citou esses fatos para exemplificar o fenômeno que ocorre no Brasil hoje que é a direita corrupta e apodrecida se travestir de moralista e defensora dos bens públicos e dos bons costumes.
Ciro destacou que o debate sobre os grandes problemas nacionais estão obstruídos pela interdição ideológica e o falso moralismo que existem hoje em nosso país.
Ele lembrou que “o Brasil cresceu de 1930 a 1980 a uma taxa média de 6% ao ano. Multiplicou por 100 o volume de produção do país. De lá para cá passamos a crescer a 2% ao ano. Em 1980 o Brasil era responsável por 1% do mercado interacional e a China também. O Brasil tinha uma população bem menor que a chinesa, por isso, o tamanho da economia brasileira era maior do que a chinesa”.
“A indústria, apontou Ciro, “respondia por 30% da produção nacional. Ao contrário do que pensa o Fernando Haddad, a indústria tem um papel chave na economia de qualquer país que queria ser independente. E a nossa era maior do que a soma da indústria da China, da Malásia, de Singapura, do Vitename. Eles eram os ‘tigres asiáticos’. A nossa indústria era a soma deles todos. Isso em 1980, não estou falando do século XIX”.
“Hoje a China sozinha tem 16 vezes a produção brasileira. Atualmente a China representa 12% do mercado mundial e o Brasil continua com 1%. E aquilo que era um terço da riqueza do Brasil, que era a indústria, caiu para 11%, e do jeito que vai, cairá para 9% no ano que vem. Entre 2015 e 2018, portanto antes do Bolsonaro, o Brasil fechou 23,5 mil indústrias”, observou o ex-governador.