O candidato do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) à Prefeitura de Fortaleza (CE), Anizio Melo, afirmou que sua prioridade é a saúde da população de Fortaleza e a geração de empregos.
“Nós queremos priorizar o concurso público… os agentes de Saúde, os médicos e enfermeiros. Precisamos retomar o Estado e Fortaleza tem capacidade [para isto]”, destacou Melo na primeira rodada de sabatinas das Eleições 2020 com candidatos a prefeitos da capital cearense, realizado pelo Grupo O POVO.
Entre suas propostas para a saúde, no seu Plano de Governo está a criação de um “Cinturão de Saúde na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF)”, que seria uma espécie de consórcio público entre os municípios vizinhos. De acordo com Melo, o “objetivo é priorizar a saúde a partir da atenção primária, dividindo os custos com outros municípios”.
“É uma tratativa política que tem dado resultado, importante na questão do saneamento, compra de insumos, licitações (…) Acredito que os prefeitos da Região Metropolitana terão esse entendimento”, afirmou Anízio, dando como exemplo de experiência que está dando certo o Consórcio dos Estados do Nordeste.
Anizio Melo também expressou suas preocupações com a retomada dos empregos que foram perdidos na pandemia. Ele propõe um Bilhete Único já recarregado para que a população possa procurar emprego, além de um Passe Livre para estudantes em situação de vulnerabilidade. Para isto, ele destacou que tem que haver mudanças nas prioridades do orçamento da Prefeitura.
Anizio é professor da rede pública de ensino e presidente licenciado do Sindicato APEOC. Ele vê como prioridade para o município a construção de uma Fortaleza “mais humana”, garantindo geração de emprego e renda. “O Estado Brasileiro, no ponto de vista geral, tem que ser indutor da economia, tem que ter um estado empreendedor, um estado que tem se demonstrado na prática na pandemia e na crise a sua necessidade”, disse Anizio Melo ao frisar que na sua gestão irá priorizar a saúde da população.
“Nós precisamos dar outro olhar para Fortaleza e esse outro olhar vai exigir mudanças nas prioridades do nosso orçamento. Uma dessas prioridades é a geração de emprego e renda. Sabendo que Fortaleza não é uma ilha e a solução para criação de emprego e renda vai se dar a partir da retomada da economia do ponto de vista nacional”, alertou Melo, que entende que mesmo com todas as dificuldades que se apresentam no cenário nacional, irá buscar por soluções para a criação de empregos no município.
Para Anízio, a atual crise brasileira “não foi gerada apenas pelo coronavírus”.
“O governo federal não garantiu a prioridade para o combate à pandemia e tem dado ao Nordeste um tratamento diferenciado para pior”, disse Melo
Para o professor, é preciso “combater o bolsonarismo nas suas várias vertentes”, destacando na entrevista que há candidatos na disputa eleitoral de Fortaleza que representam “a quebra da soberania e a quebra da democracia”. “Temos na presidência alguém que tem representantes aqui em Fortaleza: um é oficial, o outro é fake e o outro é o paralelo”, referindo-se ao Capitão Wagner (Pros), Heitor Freire (PSL) e Heitor Ferrer (SD), respectivamente.
Anizio Melo lembrou que o PCdoB trabalhou para formar na disputa eleitoral uma frente ampla para derrotar o bolsonarismo no primeiro turno, ao ser questionado sobre a decisão do PCdoB de ter lançado uma candidatura própria.
“Fomos nós os primeiros que propomos criar uma frente ampla”. “Frente eleitoral que pudesse congregar todos aqueles que defendem a democracia e pudesse se colocar na perspectiva de derrotar o bolsonarismo já no primeiro turno. E nessa política ela é ampla. Não apenas na bolha da esquerda. Nós entendemos que temos que ir até o centro democrático e compor essa frente para combater o bolsonarismo, sem nenhum veto. Infelizmente o PDT e o PT tiveram vetos entre si”, explicou Melo, que mais à frente completou afirmando que “o debate foi prejudicado pela disputa que se tem para 2022. Faltou respeito à história, vontade política”, disse o candidato.
“Não havendo essa frente ampla dos progressistas com uma visão mais aberta com os partidos até o centro, o PCdoB se apresentou como alternativa”, completou.