O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, retirou a marretadas, nesta terça-feira (2), as pedras colocadas embaixo de um viaduto da capital paulista. As pedras instaladas pela Subprefeitura Moóca tem o objetivo de impedir que pessoas em situação de rua coloquem colchões nos locais para dormir.
“Quis mostrar nossa indignação participando diretamente da ação. Aquilo é um absurdo, uma aberração, é até ato de improbidade administrativa. Fomos para lá e agora a Prefeitura começou a remover, por causa de toda repercussão”, disse o padre Lancellotti, que é conhecido pela sua atuação junto aos vulneráveis.
O viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida fica na zona leste de São Paulo, no bairro do Tatuapé. A subprefeitura da Mooca, sob o comando de Guilherme Kopke Brito, promoveu as mudanças no local colocando pedras. Segundo o padre, a instalação de pedras já foi realizada em outros pontos da zona leste. Na semana passada, foram instaladas pedras pontiagudas embaixo de um viaduto no bairro do Tatuapé, Zona Leste da cidade, para evitar que moradores de rua colocassem colchões no local.
ZELADORIA
Após a repercussão negativa da medida, a Prefeitura informou ter exonerado o funcionário responsável pela obra e determinou a retirada das pedras.
“A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, informa que a implantação de pedras sob viadutos foi uma decisão isolada, não faz parte da política de zeladoria da gestão municipal, tanto é que foi imediatamente determinada a remoção. A SMSUB instaurou uma sindicância para apurar os fatos, inclusive o valor, e um funcionário já foi exonerado do cargo”, disse.