Os caminhoneiros, representados pela Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), entraram na Justiça, no último sábado (12), pedindo a suspensão da política de preços imposta pelo governo Bolsonaro através da Petrobrás, que atrela os preços praticados no Brasil ao dólar, na chamada política de Paridade de Preço Internacional (PPI).
Em nota, a Abrava afirma que essa vinculação “tem levado aos aumentos frequentes e desproporcionais do preço dos combustíveis, como o último de 10/03/2022, onde só o diesel teve majoração de 24,9%”. Protocolada, a ação tramita no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), em Brasília.
O documento foi assinado pelo presidente da associação, Wallace Landim, o Chorão, que afirma que cada reajuste “estrangula os brasileiros, pois a consequência direta é o aumento dos alimentos, remédios, etc”.
Na última semana a Petrobrás anunciou um mega aumento no preço dos combustíveis: gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16%). “A Abrava entende que cada aumento da Petrobrás estrangula os brasileiros, pois a consequência direta é o aumento dos preços dos alimentos, remédios etc. Não somos contra a Petrobras ter lucro, o que não aceitamos é que ela tenha um lucro de 1.400% em detrimento do sofrimento dos brasileiros e, principalmente, daqueles que trabalham com o transporte”, afirma Landim.
Segundo Chorão, a ação civil pública pede a suspensão da política de paridade que “deixa toda a sociedade refém do mercado internacional, pagando pelo barril de petróleo mais de US$ 105 (cerca de R$ 527) ,enquanto o custo para a Petrobras de produção é de aproximadamente US$ 20 (R$ 100)”.
A ação tramita na 1ª Vara Federal e, de acordo com a Abrava, mesmo sem ter sido intimada no processo, na segunda-feira (14), a diretoria da Petrobrás entrou com uma petição para que o processo vá para a 9ª Vara Federal da Sessão Judiciária do DF.
Ainda segundo os caminhoneiros, a diretoria da estatal pediu prazo para se manifestar antes mesmo da Justiça decidir sobre o pedido de urgência para a suspensão da PPI.