Com ataques aos ministros do STF, ao Congresso Nacional e a favor do voto impresso, manifestantes bolsonaristas se reuniram na Avenida Atlântica, em Copacabana, neste 7 de Setembro.
Os manifestantes portavam faixas com dizeres como “Prisão aos ministros do STF”, “Presidente, coloque todos esses vagabundos na cadeia, começando pelo STF!”, outras pedem “CPI da Toga”, “liberdade em redes sociais”, “impeachment de Alexandre de Moraes”, e até um cartaz em inglês, dizendo “New STF, ICMS on fuel, printed vote”, pedindo um “novo STF e voto impresso”.
Há várias semanas Bolsonaro vinha convocando seus atos de todas a formas possíveis – oferecendo lanchinho, ônibus, hospedagens em hotéis -, prometendo que iria colocar milhões nas ruas para defender atos violentos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. Em Copacabana, não foi o que aconteceu, o público foi menos que o esperado por seus organizadores.
Os bolsonaristas, em sua grande maioria sem máscaras, ainda carregam faixas e placas em que pedem “ação contra o golpe da esquerda” e “criminalização do comunismo”, aludindo ao desejo pela volta da ditadura.
Em discursos nos carros de som, os apoiadores de Bolsonaro conclamaram o presidente a agir contra o STF, o Congresso e a mídia.
Quem apareceu na manifestação foi Fabrício Queiroz, ex-assessor e operador do esquema da rachadinha (confisco de salário de assessores e funcionários) de Flávio Bolsonaro, filho de Bolsonaro, quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Queiroz foi tietado e tirou fotos ao lado do deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ). Otoni é investigado por ameaças e ofensas aos ministros do STF. Ele ficou foragido da Justiça por algum tempo e foi capturado em São Paulo no sítio do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef.
A manifestação foi exaustivamente convocada pelo presidente nos últimos meses, que, com queda na popularidade, tenta a todo custo se aferrar aos fanáticos que o apoiam com ameaças à democracia e fanfarronices de golpe para demonstrar força.
Os protestos com pautas antidemocráticas ocorrem hoje também em Brasília e em São Paulo, num momento em que Bolsonaro segue alheio aos graves problemas do país, como as quase 600 mil mortes pela Covid, falta de vacinas, desemprego recorde, inflação galopante, crise energética e a fome e a miséria batendo à porta dos brasileiros.