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Um homem foi detido pela polícia e levado a uma delegacia depois de atacar o padre Júlio Lancellotti aos gritos e interromper uma missa, na Mooca, zona leste de São Paulo.
Conhecido por seu trabalho com pessoas em situação de rua, o padre Julio Lancellotti é frequente alvo de grupos de direita e conservadores, incluindo católicos. O homem interrompeu a missa do religioso pouco antes do momento em que ocorreu a distribuição de alimentos aos mais vulneráveis.
“Vai sustentar vagabundo”, diz ele aos berros no vídeo que circula nas redes sociais. Segundo o padre, o homem ainda tentou provocá-lo do lado de fora da igreja.
“As pessoas que me ajudam de manhã estavam lá e foram ameaçadas também, ele me xingou muito”, disse o padre.
O homem gritou que o padre comanda uma “quadrilha” e “protege vagabundos”, segundo relatos do pároco. O momento foi gravado por pessoas que estavam no local. O religioso denunciou o caso à polícia, e o homem foi encaminhado à delegacia.
O Padre Júlio já enfrenta resistência por parte dos moradores da Mooca. O centro comunitário São Martinho de Lima, que distribui refeições para até 500 pessoas por dia, mudou de endereço neste ano para o bairro, após uma vistoria constatar que o imóvel antigo precisava de consertos estruturais. Um grupo de moradores protestou, pois afirmaram que as calçadas eram estreitas e, se montarem barracas ali, os moradores não vão poder passar nas calçadas.
De acordo com número da Prefeitura divulgado em janeiro de 2022, há 31.884 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, o número é 31% maior do que o registrado antes da pandemia de Covid-19.
Segundo estudos, essa população vulnerável pode ser ainda maior. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estimaram em janeiro deste ano que 48.261 pessoas estejam vivendo nas ruas paulistanas.