Alexandre Kalil, candidato pelo PSD ao governo de Minas Gerais e ex-prefeito de Belo Horizonte (BH) em entrevista ao G1, nesta quarta-feira (24), afirmou que o estado não pode continuar sendo cabide de voto e alfinetou Bolsonaro que visitava a capital mineira. “Isso aqui vai ter que parar de ser enfeite de pedir voto”, disse Kalil;
“O presidente da República está ai… respeitosamente, todos o respeitam porque é presidente da República, mas quando caiu a tempestade que destruiu a cidade ele não botou o pé aqui não, viu gente? Na pandemia também não nos visitou. Só estou lembrando a população de Belo Horizonte”, disse Kalil.
Na ocasião, o candidato respondia uma pergunta feita por um internauta sobre a recuperação da malha viária mineira, quando afirmou a importância de se investir nas estruturas viárias de Minas que representam cerca de 16% da malha rodoviária brasileira. Kali afirmou a importância de se dialogar com o próximo governo federal para que receba um tratamento melhor, em relação a parcerias para superar o sucateamento das estradas mineiras. “Com o meu candidato, que vai ser o próximo presidente, eu já combinei isso”, disse Kalil, se referindo a Lula, candidato à presidência pelo PT e líder nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Questionado, Alexandre Kalil lembrou que teve que “implorar” ao então ministro de Infraestrutura e candidato Bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcisio de Freitas,e entrar na Justiça para conseguir que a Prefeitura de BH realizasse uma obra no trecho do Rodoanel de BH e construir uma rampa de escape para caminhões.
O ex-prefeito de BH afirmou que apenas para conseguir autorização para a obra, porque o governo federal não faria, teve de esperar mais de 4 meses. “Isso, eu pedindo para fazer a obra e pagar demorou 4 meses porque o projeto que vocês vão usar já é nosso e se vocês forem fazer em Brasília vai demorar 1 ano, 2 anos, 10 anos. Nós conseguimos fazer assim, suplicando ao governo federal para deixar a gente fazer”, disse.
Zema cortou leite das crianças no Vale do Jequitinhonha
Ao responder uma pergunta sobre a fome no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres e vulneráveis de Minas Gerais, Kalil enfatizou que quem tem a condição de acabar com a fome é o governo federal – vale ressaltar que o grande responsável pelo aumento da fome no atual contexto de crise também é o governo federal – mas afirmou que ações promovidas pelo atual governador e candidato à reeleição, Romeu Zema, paralisou o antigo programa “Leite pela Vida” em 2018. “O povo de Minas não sabe […] eram distribuídos 150 mil litros de leite para crianças no vale do Jequitinhonha, isso foi tirado, isso se acabou nesse governo”, disse.
A agricultura familiar, que alimenta 70% desse estado está abandonada, cortaram o projeto de sementes. Então, nós temos um problema de fome que é pior, é o abandono”, completou.