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Lula disse que Jair Bolsonaro “não tem coragem” para fazer comício e fica se escondendo em motociatas com seus próprios militantes para não se misturar “com o povo pobre, porque ele sabe que mente demais”.
O ex-presidente participou de um encontro com empregadas domésticas em São Bernardo do Campo, ABC paulista. Ele recebeu um documento da Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (Fenatrad) com demandas da categoria.
Lula é candidato à Presidência da Federação Brasil da Esperança – FE Brasil (PT, PCdoB e PV) e mais PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.
No discurso, ele se comprometeu a ampliar direitos das mulheres e retomar programas como o Farmácia Popular, investir em escolas de tempo integral e reajustar o salário mínimo acima da inflação.
Na proposta de orçamento para 2023 enviada ao Congresso, o governo Jair Bolsonaro prevê um salário mínimo de R$ 1.302 no próximo ano – reajuste de 7,41% que apenas repõe a inflação prevista. Também o auxílio de R$ 600 que Bolsonaro havia prometido não se concretizou e será de apenas R$ 405.
Lula também criticou o fato do governo não corrigir a tabela do Imposto de Renda, que castiga os salários mais baixos.
“Nos compromissos deles, pasmem, não está nem aumento do salário mínimo, não está nem reajuste da tabela de Imposto de Renda e não está a continuidade do Auxílio Emergencial [Auxílio Brasil]. Então, é preciso a gente se preparar para não cair na mentira. Porque fariseu mente, e a gente não pode acreditar nessas mentiras porque a gente vai amargar o pão que o diabo amassou nos próximos períodos”, afirmou Lula.
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“Então, esse cidadão passa o tempo inteiro enganando a sociedade. Ele [Bolsonaro] deu esse salário emergencial agora de R$ 600. Vocês estão lembrados que ele queria dar R$ 200. O Congresso aprovou R$ 600, ele depois tirou para R$ 400. Agora, como está chegando perto das eleições, ele resolveu voltar para R$ 600, resolver dar uma ajuda para táxi, resolveu dar uma ajuda para caminhoneiro até dezembro”, lembrou.
Segundo Lula, Bolsonaro está sempre fazendo “motociata ou cavalgada. Você percebeu que ele não tem coragem para fazer comício?” “Quando ele vai”, completou Lula, “é com os militantes dele”.
“Ele não se mistura com povo pobre, porque ele sabe que mente demais. Não é o Lula que está dizendo, todos os jornais já falaram que ele conta sete mentiras por dia”, disse.
Bolsonaro participou de um encontro com mulheres promovido por seu partido, o PL, e fez discurso falando que a liberação das armas é mais importante para o combate à violência contra a mulher do que a Lei Maria da Penha.
Ele está focando no eleitorado feminino por conta de sua alta rejeição e baixa intenção de votos. Segundo o Datafolha, 55% das mulheres não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum.
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Lula tem 20 pontos de vantagem, com 48% das intenções de voto feminino contra 28% de Bolsonaro.
O ex-presidente Lula também criticou Bolsonaro por usar “o nome de Jesus em vão para tentar avocar a boa fé das mulheres e homens cristão nesse país”. Aliados de Bolsonaro, como o pastor Marco Feliciano, têm falado falsamente que Lula irá fechar as igrejas caso seja eleito.
Para Lula, “a maior mentira que ele [Bolsonaro] conta por dia, é avocar o nome de Jesus toda hora. Ele usa o nome de Jesus em vão para tentar avocar a boa fé das mulheres e homens cristãos nesse país. Eu tenho dito todo dia que o Estado não tem religião, o Estado não pode ter religião. É preciso ficar muito atento a essa quantidade de mentiras que são contadas todo santo dia”.
O ex-presidente ainda criticou a liberação da posse de armas. “Os bandidos estão comprando. Os bandidos já não roubam mais arma da polícia, eles estão comprando nova, zero quilômetro, com desconto e legalizada. Então, é o melhor que está acontecendo para os bandidos nesse país. É o melhor. Antigamente, comprar uma arma era muito difícil. Hoje, o mentiroso, ele legalizou a compra de arma”, completou.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Lula, afirmou que Bolsonaro é contra o voto do povo e tem saudade da ditadura.
“Na democracia quem manda é o povo. Como pode escolher quem é contra a democracia? Contra o voto. Ele não é contra a urna eletrônica, é contra o voto popular. [Ele tem] saudade da ditadura e da tortura”, disse o ex-governador.
“Um bom governo começa pela campanha e programa de governo se faz assim: ouvindo, dialogando, conversando, participando, não é fazendo motociata, nem jet ski”, completou.
Estavam presentes ainda no evento o ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato ao governo do Estado, o ex-governador Márcio França (PSB), candidato ao Senado, e a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido.