
Caminhoneiros já iniciaram reação ao aumento de 24,9% no diesel e 18,8% na gasolina anunciado pelo governo na quinta-feira (10), e decidiram iniciar uma paralisação nesta sexta-feira (11). As próprias transportadoras também aderiram ao movimento.
Segundo comunicado das entidades de caminhoneiros e empresas, “o reajuste do diesel inviabilizou o frete e as frotas ficarão paradas”.
No comunicado, as entidades explicam que por hoje, é uma paralisação técnica, sem bloqueios nas estradas.
“Não há condições de seguir trabalhando se nada for feito”, afirmou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer.
Para o líder caminhoneiro, “não tem como ficar de braços cruzados, assistindo a um desmando desse tipo”, ainda por cima, “sendo o país autossuficiente em petróleo”.
“Temos capacidade de extração, temos a riqueza, o refino, portanto, não temos que pagar esse preço absurdo, para engordar acionistas estrangeiros”, afirmou Litti em fala à categoria.
A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) também divulgou uma nota condenando “o desproporcional e abusivo aumento da Petrobrás nos combustíveis”.
Para o presidente da entidade, Wallace Landim, o Chorão, “enquanto a política do Governo Federal mantiver o PPI (paridade com o mercado internacional), não adiantará retirar/diminuir impostos federais e o ICMS do combustível, continuaremos reféns do mercado financeiro com a variação do dólar somado ao preço do barril de petróleo e como consequência esfolaremos os brasileiros que não irão mais conseguir comprar nem gás de cozinha ou abastecer seu carro ou caminhão para trabalhar”.
Wanderlei Alves, dirigente da categoria conhecido como Dedeco, afirmou que há paralisações do setor em pelo menos quatro estados (São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pará) contra o aumento do da gasolina, diesel e gás.
Carlos Alberto Litti Dahmer conclamou os caminhoneiros a deixarem de lado as divergências políticas e “darem-se as mãos para sair do atoleiro” que esse aumento significa. “É uma questão de sobrevivência, não podemos aceitar isso calados e ficarmos como boi manso. Temos que reagir, reagir e reagir”, disse.