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Entidades unificam ação para impedir demissões em massa na Ford
As centrais sindicais Força Sindical, CTB, CUT, UGT, NCST e CSB divulgaram documento conjunto com propostas de enfrentamento às demissões provocadas pelo fechamento das unidades da Ford, Audi e Mercedes-Benz no Brasil que provocará milhares de demissões diretas e indiretas em todo o país.
De acordo com o documento, “essas empresas receberam ao longo de décadas, e continuam a receber, bilhões de reais em incentivos e benefícios fiscais. A atitude da Ford, sem diálogo e depois de tudo que recebeu e ganhou, demonstra o absoluto desrespeito com o país e desconsideração com o povo brasileiro”.
“Para espanto e desespero do povo, o governo, de forma cínica, não se constrangeu em bradar: ‘Que vão embora’, ao comentar sobre a saída da Ford do Brasil. Esse foi mais um de seus chocantes absurdos. Isso não pode continuar! “, denunciam as centrais.
Para o movimento sindical, esse é mais um caso concreto do processo de desindustrialização que ganha terreno no país e que tem fragilizado “todo o sistema produtivo no comércio, serviços e agricultura e destruindo milhões de empregos diretos e indiretos”.
Com isso, “o país regride para a condição de mero exportador de produtos primários como minérios e grãos, levando, neste movimento, a grande maioria dos brasileiros a empobrecer ou cair na miséria, enquanto alguns poucos enriquecem. E o governo Bolsonaro avança na implementação dessa política de destruição e aprofundamento da desigualdade social”, denuncia o documento.
Os sindicalistas apontam para a necessidade de fortalecer a unidade nacional com uma ampla rede de debates e de negociação com os poderes Executivos, Legislativos e Judiciário, com os empresários e com o movimento sindical internacional para combater tal processo de destruição e construir alternativas para a manutenção dos empregos.
“Vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em torno de um projeto nacional de desenvolvimento, da reindustrialização e recuperação da dinâmica virtuosa de crescimento do sistema produtivo, de retomada dos investimentos em infraestrutura econômica e social, em ciência, tecnologia e inovação, de ampliação das políticas sociais, de geração de empregos de qualidade e de crescimento da renda do trabalho”, afirmam as centrais.
“Reafirmamos que, neste momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os brasileiros por meio de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando proteger a vida de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade produtiva”, conclui o documento.
De imediato, as centrais deliberam realizar, no próximo dia 21, protestos em concessionárias de revenda Ford contra o fechamento da empresa.