O senador Cid Gomes (PDT-CE), que já foi ministro da Educação, comentou as declarações do ministro Abraham Weintraub, que havia dito, em entrevista ao ‘Estado’, que cortaria verbas de universidades federais que promovessem ‘balbúrdia’ ou ‘evento ridículo’.
“Não dá para dizer que a Universidade é um antro onde se fuma maconha e usar isso como justificador de cortes. Mas acho que é obrigação de todos tratarem os outros com respeito”, disse.
Antes do início do depoimento de Weintraub, na quarta-feira (15), na Câmara dos Deputados, Cid Gomes disse ao blog do jornalista Tales Faria que o ministro de Bolsonaro “é arrogante”. Indagado se torceria para ele deixar o cargo, disse:
“O problema não é ele. É quem o escolheu. O problema é o Bolsonaro e seu grupo que chamou para perto umas figuras que são ridículas: essa ministra dos Direitos Humanos (Damares Alves), o ministro das Relações Exteriores (Ernesto Araújo), o ministro da Educação atual e o anterior (Ricardo Vélez). É um governo de gente que não está à altura da responsabilidade que o povo lhe confiou.”
Em pronunciamento na terça (14), o senador havia conclamado a população a se somar às manifestações contra o anúncio do governo de reduzir o repasse de recursos para as universidades e institutos federais.
“O Brasil não pode, sob hipótese nenhuma, sob argumento nenhum, reduzir, voltar atrás nos avanços que nós já conquistamos na educação superior, que só abre espaço hoje para menos de 18% dos jovens de 18 a 22 anos”, acrescentou.
Segundo o parlamentar, somente no Ceará serão prejudicados quase 52 mil alunos nas três universidades federais, além de milhares de estudantes matriculados nos mais de 30 campi atrelados ao instituto federal da região.
“No caso da UFC [Universidade Federal do Ceará], que tem 43 mil alunos matriculados, são 38% de bloqueio. No caso da Unilab [Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira], a retenção, no que se refere ao dano que causa, é ainda pior, porque é uma universidade em expansão, recém-criada e que está em ritmo de criação”, afirmou.