Entidades do movimento negro brasileiro manifestaram apoio ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) após ataque racista sofrido pelo parlamentar em um restaurante na Liberdade, região central de São Paulo.
Após xingar o deputado e ameaçá-lo, o bolsonarista ainda empurrou Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que estava junto com Orlando, e tentou arremessar uma cadeira em outra jovem que os acompanhava.
“Repudiamos essas agressões que mostram o quanto estão desesperados os seguidores e o próprio Bolsonaro diante do rejeição do povo brasileiro ao seu governo retrógrado, que joga o nosso país na fome, desemprego e miséria. Sabemos também que essas reações alucinadas são resultado do brilhante trabalho desenvolvido pelo deputado Orlando Silva, tanto como parlamentar, como relator do projeto contra as fake news, que combate os propagadores de notícias falsas, que são a marca desse governo. Parabéns, Orlando pela sua brilhante atuação”, afirmou o Congresso Nacional Afro Brasileiro (CNAB).
O presidente do CNAB, Alfredo de Oliveira, também condenou o ataque. “Essa agressão ao deputado Orlando Silva não pode ficar impune. Esse bolsonarista disse que ali, naquele restaurante, não era o lugar do Orlando. Pois pessoas como ele é que não têm lugar entre gente de bem, que defendem a democracia e respeitam os outros. Pedimos às autoridades responsáveis que identifiquem e punam esse agressor”, ressaltou.
VIOLÊNCIA POLÍTICA
A União de Negras e Negros Pela Igualdade (UNEGRO) também manifestou solidariedade ao deputado.
“O motivo alegado era que Orlando Silva estava fora do lugar, ou seja, para o racista típico brasileiro a cordialidade termina quando o negro se coloca fora do seu lugar, da marginalidade, da subcidadania, do silêncio, da ignorância e pobreza”, avaliou a entidade.
O bolsonarista agressor disse que vai defender Bolsonaro até a morte, disse também que Bolsonaro vai destruir o deputado, “dando pista que a violência política generalizada será uma tônica da disputa eleitoral que se avizinha”, analisou a UNEGRO.
A entidade aponta que, “Bolsonaro estimula e prepara terreno para que a violência se espraie descontroladamente, aposta no caos, se alimenta do caos, acredita que o terror anestesiará a resistência do povo, permitindo que dê curso ao golpe e implemente definitivamente um governo fascista no Brasil”.
“Orlando Silva não se intimidou, bem como não caiu na armadilha do agressor, está tomando as medidas previstas na Lei. É um líder, deputado que em todas legislaturas aparece entre as dez cabeças mais influentes do Congresso Nacional. Foi o Ministro que trouxe a Copa do Mundo e as Olimpíadas ao Brasil. Desde jovem se colocou distante dos lugares destinados aos negros pelo racismo, afinal ousou ser o primeiro negro a presidir a UNE”, ressaltou a UNEGRO, defendendo o parlamentar.
“Chamamos a população a vigilância, o combate a violência política se faz com envolvimento do povo, por isso, filme, fotografe, denuncie, não deixe o ódio vencer. Rebele-se contra o racismo!”, finalizou a entidade.