Estudo completo do Butantan foi publicado na plataforma Social Research Network, banco de dados que reúne pesquisas científicas do mundo todo. Em maiores de 60 anos, chegou a 96,9% de proteção
O Instituto Butantan, de São Paulo, publicou o resultado final do estudo feito na cidade de Serrana com a vacina CoronaVac e concluiu que sua eficácia é de 94,9% contra mortes por Covid-19 e de 80,5% para evitar a doença. Na população com mais de 60 anos, o efeito preventivo da doença chegou a 86,4%, sendo que houve queda de 96,9% nas hospitalizações e de 96,9% nos óbitos.
Os dados da pesquisa, que foi batizada de Projeto S, foram publicados na plataforma Social Research Network, banco de dados que reúne pesquisas científicas do mundo todo.
Em maio, o Butantan havia divulgado dados preliminares do estudo que durou cerca de quatro meses na cidade. Na época, após aplicarem duas doses da CoronaVac em 27.160 moradores, os pesquisadores observaram a redução de 80% nos casos sintomáticos de Covid-19. Houve quedas de cerca de 86% no número de hospitalizações e de 95% nas mortes. A vacina foi desenvolvida numa parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.
PROTEÇÃO ATINGIU ATÉ QUEM NÃO TOMOU VACINA
Os dados preliminares da pesquisa tinham apontado inclusive que os imunizados causam um efeito indireto de proteção mesmo a quem não recebeu nenhuma dose da vacina. O resultado final do estudo comprovou que isso acontece quando a vacinação com duas doses alcança 52% da população. O efeito indireto incluiu ainda proteção a crianças e adolescentes, na época ainda não vacinados por falta de estudos sobre os impactos dos imunizantes no organismo delas.
De acordo com o Butantan, ao longo do estudo, a incidência da variante gama era preponderante na cidade. Dos 1.447 moradores diagnosticados com Covid-19 no período, 361 amostras foram sequenciadas e o resultado apontou uma incidência da 92% a 100% da gama.
EFEITO CONTRA VARIANTES
“O Projeto S demonstra que a imunização coletiva pode aumentar a eficácia da vacina contra a Covid-19 mesmo em um cenário envolvendo a introdução de uma nova variante, a circulação aberta com áreas circundantes e taxas de transmissão muito altas. A incidência geral de Covid-19 foi detida em Serrana, em contraste com o aumento persistente dos casos nas cidades próximas, que fazem parte do Departamento Regional de Saúde de Ribeirão Preto”, informou o Butantan, em nota.
No mês de setembro e início de outubro, a cidade viu os casos de Covid-19 triplicarem, mas as mortes permaneceram em baixa, conforme os boletins epidemiológicos. Foram 179 confirmações da doença em setembro e mais 563 em outubro. Já em relação aos óbitos, houve uma ligeira queda: quatro em setembro e três em outubro.
O diretor da Fiocruz, Rodrigo Stabile considera que o aumento do número de casos já era esperado diante do aumento da circulação de pessoas com a flexibilização das atividades. Sobre a possibilidade de a subida estar relacionada com uma eventual queda na proteção da vacina, ele descarta a ideia.
1° SIMPÓSIO INTERNACIONAL CORONAVAC
O Instituto Butantan anunciou que realizará o 1° Simpósio Internacional CoronaVac, que acontecerá nos próximos dias 7, 8 e 9 de dezembro de 2021. O evento irá ocorrer de forma online e contará com a participação de pesquisadores e convidados nacionais e internacionais. O principal objetivo é promover a discussão científica sobre a eficácia e segurança da vacina CoronaVac no Brasil e em outros países.
Para consultar a programação completa dos três dias do 1° Simpósio Internacional CoronaVac basta acessar o site: https://coronavacsymposium.butantan.gov.br/pt_BR/index.php
As inscrições estão abertas por meio do https://forms.butantan.gov.br/61-Symposium-CoronaVac