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Detido pelos agentes da PF, ele foi entregue para a Polícia do Exército. Romão era um dos “operadores militares” do golpe arquitetado por Bolsonaro
O coronel golpista Bernardo Romão Correa Neto, alvo de decreto de prisão na Operação Tempus Veritatis (“hora da verdade”) da Polícia Federal, desembarcou em Brasília no início da madrugada deste domingo (11), vindo dos Estados Unidos, e foi preso imediatamente por agentes da PF.
Além de Correa, outras três pessoas tinham sido presas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército e assessor do ex-presidente, e Rafael Martins, major do Exército.
ENTREGUE À POLÍCIA DO EXÉRCITO
Logo após sua prisão, o militar, que seria um dos “operadores” do golpe de Bolsonaro, foi entregue à Polícia do Exército para ficar sob custódia da instituição no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília. A audiência de custódia foi realizada no final desta manhã, informou o Supremo Tribunal Federal (STF). O coronel teve decretada a prisão com outros três investigados na Operação Tempus Veritatis. Correa Neto não foi preso na ocasião porque estava a trabalho nos EUA.
O pedido de prisão de Romão Correa Neto, formulado pela PF, teve concordância da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação encontrou diálogos de Mauro Cid com Correa Neto, à época no Comando Militar do Sul, que indicam que o coronel intermediou o convite para uma reunião no dia 28 de novembro de 2022, em Brasília.
KIDS PRETOS
Na ocasião, ele “selecionou apenas oficiais formados no curso de forças especiais (kids pretos), providos, pois, de técnicas militares úteis para a consumação do golpe de Estado, e assistentes dos generais supostamente aliados”, segundo as apurações. A PF havia comunicado ao comando do Exército para que ele se apresentasse no Brasil. Correa Neto foi instrutor de cavalaria durante três anos na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Moraes descreveu o relato onde a PF diz que ele acompanhava “proximamente o desenrolar das providências que criariam ambiente favorável ao golpe de Estado e pertenceria ao Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas da suposta organização criminosa.
A PGR afirmou que “a investigação identificou que Correa Neto agia como homem de confiança de Mauro Cid, executando tarefas fora do Palácio da Alvorada que o então Ajudante de Ordens da Presidência da República não conseguiria desempenhar”. A prisão dele foi justificada pela possibilidade de interferência nas investigações e pelo fato de que ele estava em missão nos Estados Unidos prevista para durar até 2025.
ALEXANDRE DE MORAES MADA SOLTAR VALDEMAR COSTA NETO
Neste mesmo fim de semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após ouvir a PGR, determinou que o presidente nacional do PL Valdemar da Costa Neto, preso em flagrante com uma arma ilegal e uma pepita de ouro originado de garimpo criminoso, fosse solto. Ele estava em prisão preventiva desde o primeiro dia da operação da PF. A decisão de Moraes considerou a idade de Valdemar (74 anos) e que ele não teria cometido os crimes com violência ou grave ameaça.
O ministro da Defesa José Múcio afirmou que a operação demonstrou que o grupo golpista era minoritário dentro das FFAA e que a Instituição, como tal, não participou do golpe arquitetado por Bolsonaro. “Foram CPFs de um CNPJ, e cada um deles terá que responder por seus crimes nesta condição”.
O comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, também manifestou, neste domingo (11), que “qualquer coisa que tenha ferido diplomas disciplinares será punida”. “O Comando da Aeronáutica coaduna com a necessidade de uma investigação completa, garantindo a ampla defesa e o contraditório a todos os envolvidos, seguindo o necessário rito processual previsto no ordenamento jurídico vigente”, defendeu o militar.