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“Condenamos a chantagem de gangsteres com que os Estados Unidos estão pressionando a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) com o propósito de utilizar esse organismo regional como instrumento de sua agressão doentia contra nosso país”, assinalou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em seu discurso à Assembleia Geral da ONU, denunciando as mentiras proferidas pelo representante dos Estados Unidos, Garret Grigsby, durante o 58º Conselho diretivo da OPAS, no dia 28 de setembro.
Depois da intervenção do ministro cubano da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, Grigsby se referiu ao trabalho solidário dos médicos cubanos em vários países do mundo como sendo tráfico de pessoas e pediu à OPAS para dar acompanhamento investigativo às brigadas médicas cubanas internacionalistas.
“Não foi Cuba quem politizou este fórum. É o Governo dos Estados Unidos que, incapaz de ganhar apoio internacional para a sua campanha desonesta contra a cooperação médica internacional de Cuba, tenta atropelar o trabalho desta organização”, expressou Portal Miranda, em sua réplica.
“Caso os Estados Unidos se importassem com as receitas do pessoal da Saúde de Cuba, já teriam eliminado o bloqueio. Em vez de atacar Cuba, que foi capaz de proteger a sua população e de ajudar outros, os Estados Unidos deviam melhorar a sua gestão catastrófica perante a pandemia e garantir a saúde dos seus cidadãos”, acrescentou.
E constatou que “o país mais rico da região, com mais de 200 mil mortos por causa da Covid-19, incapaz de garantir a vida e a saúde dos seus cidadãos, mente e tenta politizar o trabalho desta Organização”.
“Carente de apoio na comunidade internacional, que cada ano solicita o fim do bloqueio desumano contra o povo de Cuba, o governo dos Estados Unidos inventou todas essas acusações que foram ditas aqui e que rechaçamos de maneira contundente”, frisou o ministro, reiterando o compromisso incondicional de continuar garantindo os serviços de saúde para todo o povo cubano e ratificou, além do mais, a certeza total de que a cooperação e a solidariedade internacionais são essenciais para salvar a humanidade.
“Nossa fortaleza é ter um sistema Nacional de Saúde único, inclusivo, gratuito, acessível a todos, que prioriza o Atendimento Primário e conta com nove médicos para cada mil habitantes”, destacou.
Portal Miranda ressaltou o desempenho do pessoal da Saúde e dos cientistas e pesquisadores, bem como os protocolos de atendimento e o uso de medicamentos de produção nacional, que permitiram a recuperação de 87% das pessoas contagiadas. Destacou o trabalho de Cuba na obtenção de uma vacina contra o novo coronavírus, que se encontra na fase de teste clínico, e sublinhou que esses resultados foram possíveis apesar do bloqueio dos Estados Unidos.
Referiu-se também às 52 brigadas do Contingente Henry Reeve, que colaboraram no combate contra a pandemia em 39 países.
Lembrou que as manobras dos Estados Unidos contra Cuba se estenderam à OPAS, ao determinarem, sem mandato legal algum, a realização de uma revisão interna do programa Mais Médicos do Brasil, do qual Cuba não foi informada previamente, apesar de ser um dos atores principais nesta cooperação.
E concluiu: “meu país denuncia e rechaça estas ações que, claramente têm fins políticos, e nos quais foi utilizada esta organização, tentando entorpecer as suas relações com alguns dos seus Estados membros”.
Fonte: Granma