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Os senadores que comandaram os trabalhos da CPI da Pandemia afirmaram, na quarta-feira (23), que o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, está “embromando” a tramitação dos indiciamentos feitos pela Comissão e atrasando as investigações contra Jair Bolsonaro e outros membros do governo.
A Comissão Parlamentar de Inquérito entregou para a PGR todas as provas, individualizadas para cada indiciado, no dia 4 de novembro de 2021, em um HD.
No dia 14 de fevereiro de 2022, Augusto Aras falou em entrevista que o HD continha “informações desconexas e desorganizadas”. Disse, ainda, que “não houve a entrega dessas provas”.
Durante uma coletiva de imprensa, realizada na quarta-feira (23), o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues rebateu dizendo que as provas estavam organizadas de acordo com o indiciado. “Basta pesquisar o nome, [por exemplo] Jair Bolsonaro, e está lá todo o material. Já estava desde o dia 4 de novembro”.
Augusto Aras está postergando a abertura dos inquéritos para proteger Jair Bolsonaro, a quem deve o cargo.
Randolfe Rodrigues contou que todos os pedidos da PGR, inclusive os desnecessários, foram cumpridos.
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Depois que entregaram o Relatório Final da CPI, a PGR pediu “as provas”. “Entregamos as provas no dia 4 de novembro”. Após isso, a PGR pediu “a individualização das provas, e nós fizemos no dia 9 de novembro. Aí pediram a individualização do tipo penal de cada indiciado e quais as provas para cada tipo penal, e nós fizemos”.
“Não resta mais nada a ser feito, nós esperamos que lá [na PGR] seja cumprido o dever. Se não houver passos depois disso, vamos analisar as possibilidades”, continuou.
O senador avalia como “discrepante” a postura da Procuradoria-Geral da República em relação ao Ministério Público de São Paulo e a Procuradoria da República do Distrito Federal, que, com as mesmas provas, abriram os inquéritos contra as pessoas sem foro privilegiado.
“É discrepante como avançam os procedimentos no Ministério Público paulista, como avançou na Procuradoria da República do Distrito Federal e como, desculpe o termo, tem sido embromada a tramitação no foro especial por parte da PGR”.
Enquanto a PGR alega que não foi entregue nenhuma prova, os outros dois órgãos começaram a apurar os crimes.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Pandemia, disse que a PGR está tentando “diminuir o trabalho que dizemos” e “confundir a população brasileira”.
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“Não podemos permitir que a impunidade prevaleça entre as pessoas que foram omissas, negacionistas, que propagaram fake news e que levaram, com as suas mentiras, à morte milhares de brasileiros, fora a quantidade de pessoas sequeladas que acreditaram que era uma gripezinha e que remédios mentirosos salvariam as pessoas”, afirmou Aziz.
“Se alguém tiver coragem, dentro do MPF e da PGR, de dizer que não houve omissão, que não houve charlatanismo, fake news, gabinete paralelo, que não se tentou trocar a bula da cloroquina… Se não se fez nada disso, então que escreva e diga que não há prova nenhuma”, e não que elas não foram entregues, pontuou.
Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) enfatizou que “o Ministério Público do Distrito Federal já deu consequência a 12 investigações com as mesmíssmas provas”, enquanto a PGR segue enrolando.
“Vamos continuar trabalhando para que aconteça a punição exemplar de todas pessoas que colaboraram com o agravamento do morticínio no Brasil pela Covid-19, principalmente do presidente da República, que é o maior responsável”, declarou o senador.
PEDRO BIANCO